Valencia the sunrise and the return!

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Dia 9 e o nascer do sol.

Desde que cheguei só pensava ver o nascer do sol no mar, na praia, sempre adorei o nascer e o pôr-do-sol, fomos adiando porque acordava e ele estava a dormir mas depois lá definimos que iríamos no sábado e assim foi. Precisava mesmo daquele momento catártico que, infelizmente foi interrompido 🦈... Nada contra ninguém mas detesto que me chateiem, especialmente quando estou no meu canto quietinha já quase em modo zen.

 

 

Enfim tenho uma história mais atribulada para contar.

Eram 5 e tal da manhã acordamos para apanhar o metro até à praia. Chegamos estava já o dia claro e via-se o rasto da luz do sol no horizonte, morri por instantes a pensar que já não o apanhava a nascer, andava mais rápido do que o Speedy Gonzales, mas quando cheguei â praia ainda não se via o sol - missão cumprida! Estava muito pouca gente, um cão, um rapaz a correr, um casal de Japoneses, e umas pessoas dispersas, tirei os All Stars que me serviram de apoio aos telemóveis, queria fazer um time lapse e assim foi, tiramos umas fotos, câmara ao pescoço dele e eu de pés descalços na areia fria prontinha para quando o sol subisse e acabasse as fotos ir molhar os pezitos ao mar, estava tudo óptimo e perfeito, quando estou de telemóvel na mão, ele com a câmara ao pescoço e eu começo a ver um homem com uma tremenda cara de mau aproximar-se e disse para nós:

- O que é que este quer agora?

O homem sempre a mirar-nos aproxima-se e começa agressivamente e muito rápido a dizer um monte de coisas em tom ameaçador. Basicamente ele não era Espanhol e tinha sido atacado por 7 pessoas, segundo ele, que lhe bateram. Tinha sangue seco no nariz, cara, orelhas etc., enfim casos da noite, muito booze e desorientações dá nisto, seja como for sete para um foram covardes, ainda mais que ele não era Espanhol e houve logo associação a acto xenófobo e outras coisas mais pelo que ele tava a falar, sim, porque depois falou calmamente conosco apesar da abordagem muito agressiva no início à qual eu achei ZERO piada, entretanto durante o início da abordagem fui-me calçando porque we never know podia ser preciso desatar a correr 👀…

A calma é a melhor aliada nestas coisas.

Entretanto conseguimos voltar ao hotel, onde fomos mudar de roupa e tirar a areia que tínhamos trazido nos pés e descansar um pouco até.

🌸 As Ruas de Valência são repletas de adoráveis flores! 🌸

Decidimos ir um pouco até à zona mais contemporânea, a Ciudad de las Artes y las Ciencias y Umbracle, situada no fim dos Jardins do Turia, é um complexo arquitectural super fresh de Valência com o qual vibrei imenso, uma zona dedicada ao entretenimento e cultura que foi inaugurado em 1998 com a abertura do L'Hemisfèric, um cinema IMAX e planetário que faz lembrar um olho, que abre e fecha como as nossas pálpebras, brilhante não acham? Foi integraçmente construído em 1998 antes da sua abertura em Julho.

 

Foi a primeira atracção a abrir seguida do Museu de les Ciències Príncipe Felipe, que abriu em 2000, e a par do L'Oceanogràfic (2003) e do Palau de les Arts Reina Sofia (2005) é o meu edifício favorito.

Um museu interactivo de ciências que lembra o esqueleto de uma baleia e é enorme! Cerca de 40,000 m² em três andares. Grande parte do rés do chão é ocupado por um campo de basquetebol patrocinado por uma equipa local e várias empresas. Apenas 26,000 m² são usados para exibições. No primeiro andar temos uma vista enorme para os Jardins do Turia e o espaço envolvente que é cerca de 13,500 m² de água, onde são praticadas as mais diversas actividades por miúdos e graúdos. No segundo andar existe uma exposição permanente sobre o legado da ciência, e o terceiro andar é conhecido por “Floresta Cromossoma” onde podemos ver a sequência de ADN humano. Ainda no mesmo andar temos as exposições “Gravidade Zero” a “Academia do Espaço” e "Super-heróis da Marvel". É o maior espaço de exibições em Espanha enquanto edifício.  A sua arquitetura é conhecida pela geometria, estrutura, uso de materiais e design inserido na natureza, facto que faz considerar influências da arquitectura orgânica e funcional bem como na arquitectura do ferro e do vidro visto que o edifício tem 14.000 toneladas de ferro e 20,000 m² de vidro. Impressionante, concordam?

Logo a seguir em 2001 abriu o Umbracle uma estrutura ao ar livre completamente espaçosa construída sob um parque de estacionamento onde podemos passear num jardim com plantas indígenas de Valência, tais como cistus, lentisca, alecrim, lavanda, madressilva, buganvílias e palmeiras. No interior, existe também um passeio de esculturas ao ar livre.. Foi definido como a entrada para a cidade das ciências e das artes e sem sabermos foi por ele que entramos e iniciamos a nossa descoberta do espaço. Mede 320 x 60 metros. As plantas nele contidas foram meticulosamente escolhidas para mudar de cor a cada estação. Contém mais de 100 plantas aromáticas incluindo o alecrim e a lavanda e perto de 200 palmeiras, umas maiores e outras mais pequenas.

O Palau de les Arts Reina Sofia (2005) é um centro de artes performativas e uma ópera. É constituído por quatro espaços: a Sala Principal, a Sala de Aulas Magistral, o Anfiteatro e o Teatro da Câmera. Foi dedicado à música e artes cénicas. Cercado por 87.000 m² de terra e água, além de 10.000 m² de área de passeio, o palácio recebe muitos eventos como óperas, teatros e concertos. Elevadores panorâmicos e escadas ligam as plataformas em diferentes alturas no interior das estruturas metálicas do edifício. O edifício tem um telhado exterior metálico em forma de pena que repousa sobre dois suportes. Mede 230 metros de comprimento e 70 metros de altura. Um dos suportes permite que parte do edifício seja suspenso. O edifício é suportado por cimento branco. Duas conchas de aço laminado cobrem o prédio com mais de 3.000 toneladas. Essas conchas têm 163 metros de largura e 163 metros de comprimento.

Em 2008 a Pont de l'Assut de l'Or uma ponte branca com imensos cabos na sua estrutura atravessa o leito seco do rio Turia, e faz a ligação do lado sul com a calle Menorca, entre o Museu de las Ciências e L'Agora. A torre da ponte tem 125 metros de altura é o ponto mais alto da cidade.

L'Àgora abriu um ano mais tarde, 2009, é um pavilhão no qual são realizados concertos e eventos desportivos como o Open de Valência. Neste momento está a ser projetado para receber o CaixaFórum València em 2020.

Fizemos uma pausa para almoçar num shopping mesmo em frente e acabamos por comer no McDonald’s, para quem queria ir comer Paella, que grande volta...😕

De lá fomos ao Oceanogràfic um parque oceanográfico ao ar livre que abriu em 2003. É o maior oceanário na Europa com 110,000 m² e 42 milhões de litros de água. Foi concebido com a forma de um nenúfar e cada edifício representa diferentes ambientes aquáticos incluindo o  Mediterrâneo, as zonas húmidas como charcos e pântanos, mares temperados e tropicais, os Oceanos, o Ártico e a Antártida, Ilhas e o Mar Vermelho. É a casa de mais de 500 espécies diversas como golfinhos, belugas, morsas, leões marinhos, focas, peixes espada, alforrecas, estrelas do mar, ouriços do mar, tartarugas, tubarões, raias e pinguins. Bem como aves aquáticas.

Entretanto voltamos para trás, eu queria ir para a praia mas estava muito cansada para fazer o caminho da ida e da volta a pé. Acabamos por ir para a paragem do autocarro em frente ao Umbracle para seguirmos até ao centro da cidade, com o transito cortado, por causa da Falla, em várias ruas que davam ao centro ainda andamos um bocado no meio da multidão, estava muito calor e quando saímos do autocarro só queria água, é difícil encontrar grandes superfícies abertas ao fim-de-semana em Espanha, sempre conheci Espanha assim, passam anos e anos e sempre se mantém fiel a esses termos, encontramos um pequeno supermercado ao pé do MuVim que queria visitar e lá comprámos a água.

O MuVim e esteve fechado para almoço imensas horas, e estivemos lá à espera entre barulhos de bombinhas e estouros de uma espécie de foguetes, miúdos a andar de skate entre os restos de pedras judaicas, romanas etc. Mais de duas horas nisto e quando após as 16h o museu abriu fui para lá ver uma data de representações da santa padroeira da cidade, Mare de Déu dels Desamparats, a minha tia, irmã da minha mãe ia adorar. Na entrada encontramos uma maquete bem interessante e pormenorizada da cidade de Valência e de lá somos conduzidos à sala da torre medieval, onde temos acesso a parte de uma torre medieval da cidade. Nessa sala, muito pequena, pude apreciar uma exposição sobre a evolução da figura da mulher na banda desenhada do século XX - Les dones en els tebeos del franquisme, que sem dúvida foi a minha parte favorita.

Do MuVim - Museo Valenciano de la Ilustración y la Modernidad esperava um pouco mais muito sinceramente, a visita após a espera imensa deixou-me um pouco a desejar, tivemos azar, o museu tinha poucas exposições na altura.

Estive pouquíssimo tempo no museu mas ouvi imensos metros a passar, o museu é colado à linha de metro e a insonorização não é das melhores. Após a saída do museu procuramos o metro para voltar para o hotel estávamos cansados e não havia muito a fazer, pois estava tudo fechado, imensas pessoas na rua, nunca vi tanta gente nas ruas como naquele sábado em Valência, nem em Nova Iorque! Os Valencianos levam muito a sério as celebrações do Falles e saem à rua vestidos a rigor, e todas as ruas ficam repletas de milhares de pessoas. Impressionante!

Antes de voltarmos para o hotel ainda procuramos algo aberto para comer mas sem sucesso acabamos por voltar para o hotel, relaxar, tomar banho e comer e beber o que por lá tínhamos nem eram 20:00 e eu já tava na cama a dormir e que bem me soube porque até ali tinha dormido mal e porcamente.

Dia 10 e a forçada despedida.

Último dia em Valência, aproveitei para acordar - que até foi cedo - e ir dar uma voltinha, fomos à rua Notting Hill como eu apelidei, tirar umas fotos e depois lembrei-me que não tínhamos comprado ímans para o frigorífico e fomos a caminhar  passamos a ponte d’Aragó e fomos percorrendo as margens dos Jardins do Turia até virarmos para ir ao mercado mais ou menos na zona da estação Alameda onde apanhamos o metro fomos procurar por eles, infelizmente o mercado estava fechado senão tinha comprado mais fruta até para trazer para cá, compramos os ímans e voltamos para o Hotel.

Tinha a mochila para fazer, fiz a mala comi qualquer coisa ele fez o check-out. De lá fomos no metro até à praia, decidi que era o melhor para não andarmos muito tempo com as mochilas às costas, após algumas horas a curtir a praia, j´só queria ficar lá, mas a hora de apanhamos o metro para o aeroporto chegou. Andamos lá a explorar as lojitas e voltamos para cá.

Restaurante que ficou famoso por ser frequentado por Hemingway. Dizem ser ali servida a melhor Paella de Valência, após algumas más reviews preferimos deixar para uma próxima!
- Já me arrependi. 😅

Não gosto do regresso a casa na maioria das vezes e esta não foi excepção.

Agora resta saber qual será o próximo destino!

Se acompanhaste estes posts sobre Valência, obrigada, espero que tenhas gostado e conto contigo para aguardar pelos próximos!  Agora resta saber qual será a nova aventura que está aí por vir!

 

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València - Albufera y la marea morada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ENGLISH

Começei o dia 8 de Março a apanhar um autocarro para o centro da cidade, o dia 8 era um dia forte no que tocava à greve do Metro e um dia mais forte ainda no que tocava à manifestação a favor dos direitos das Mulheres, IGUALDADE é o que mais se reivindica. Como sabíamos da greve decidimos que nesse dia iríamos passear até ao Parc Natural de l'Albufera de València/Pobles del Sud.

Ao chegarmos ao centro rodopiei pela Plaça Redonda, pintada a toda a volta de amarelo é uma praça em forma circular que do lado de fora, passa despercebida ao olhar de qualquer um, eu tinha conhecimento da sua existência mas acabei por a encontrar sem querer antes da ida ao mercado. A praça é formada por prédios e lojas a toda a volta, datada de 1840 os acessos a ela são quatro, nos pontos cardeais e são feitos através de pequenas ruelas onde se formam arcos que dão entrada na praça. A praça é um ponto comercial, pedonal, as suas dimensões não permitem o acesso a veículos motorizados e é uma das praças mais pequenas da cidade. Situada  no centro do triângulo entre o mercado e a Plaça de La Reina é usada como caminho de acesso entre os dois.

Encantados com a vida, as cores e os amores entre as ruas lá chegamos ao mercado, mercados são puro amor, adoro ir a mercados, tenho pena dos nossos mercados em Portugal não terem a vasta variedade de produtos que vejo pelos Europeus, acho que também perdemos um pouco a tradição de ir ao mercado, e aos poucos está a ser recuperada.

O Mercat Central de València é lindíssimo e com imensa variedade, fiquei completamente apaixonada!

O edifício de arte nova Valenciana, belíssimo, foi construído no local que a partir de 1839, passou a ser usado para inaugurar um mercado ao ar livre chamado Mercat Nou. No final do século, a cidade de Valência abriu um concurso para a construção de um novo mercado coberto. Mas apenas em 1910 um novo concurso selecionou o projeto atual de Alejandro Soler March e Francisco Guàrdia Vial. A construção começou em 1914 e não foi totalmente concluída até 1928.

O Mercat Central de València é um dos maiores da Europa, abrange mais de 8.000 metros quadrados, em dois andares, de estilo predominantemente Valenciano de Art Nouveau. O tecto é incomum e compreende cúpulas originais e diferentes alturas e inclinações, o interior parece ser revestido por uma variedade de materiais como ferro, vidro, madeira, cerâmica e azulejos policromáticos. O edifício é muito bem iluminado e sua beleza é enaltecida devido à luz natural que entra pelo telhado e através dos painéis super coloridos.

O estilo combina um estilo de Art Nouveau Valenciano, moderno que acaba por reflectir  algumas influências arquitetónicas, como o estilo Gótico Valenciano da vizinha Llotja de la Seda e a eclética igreja gótica barroca de Sants Juanes.

A variedade de produtos alimentícios é tal, que eu era menina para gastar o mês lá dentro. Verduras e frutas frescas e secas, podem ver mais nas InstaStories, pinchos, fumados, peixes e carnes frescas, sumos, doces típicos e sobremesas e também lojas de souvenirs fazem as delícias do mercado que conta também com restaurantes e balcões onde se pode petiscar e beber, e acreditem ainda era cedo e vi bem esses copinhos de vinho, marotos! “It’s always 5pm somewhere, right?” 🍷

A sua popularidade é grande entre turistas e locais. Além das lojas internas, a toda a volta externa encontramos vendedores, maioritariamente de flores e souvenirs mas também bares e cafés com comida, bebida e lojas de utensílios de cozinha com as famosas paellas (sertã que dá nome ao prato) de todos os tamanhos possíveis, imaginários.

Paella significa sertã e vem do latim patella, diminutivo de patina que significa prato plano e largo, ou seja sertã.

A Paella é um prato de raízes humildes, dos pescadores e trabalhadores dos campos de arroz, residentes na área da Albufera de Valencia. Os habitantes da Albufera reza a história sempre viveram das plantações de arroz, dos barcos, das aves, principalmente patos e da pesca. O arroz de grão médio (5 a 6 milímetros) é o predileto dos Valencianos para confeccionar o prato. O arroz conhecido por bomba, é dos mais usados para o prato, por ser dos melhores a manter as propriedades de cozedura indicadas para a Paella, absorve bem água sem ficar pastoso após a cozedura e não abre com facilidade.

O prato, de ingrediente principal o arroz, que entrou na Europa por volta de 330 a.C. graças a Alexandre Magno e suas viagens, ao qual misturam verduras, carnes e pescados da zona como pato silvestre, marisco e caracóis, leva ainda açafrão, um dos ingredientes indispensáveis a par do arroz, e em Valência há quem adicione pimentão doce fumado e alecrim para conferir sabor ao caldo. Hoje conhecido e apreciado por todo o mundo foi ali na berma daquelas águas que foi criado.

Antes de ir  apanhar o autocarro para a Albufera, passamos num El Corte Inglés onde me dei ao luxo de comprar um pincho por €1.50 que foi mais caro que a empanadilha, e foi esse o meu almoço, pois fome era zero, quando viajo entusiasmo-me tanto com as coisas e quero ver tudo que me esqueço de comer e quando me dá a fome, tenho azar como aconteceu no dia anterior.

Quis muito conhecer esse sítio mágico chamado Albufera de Valência e fui até lá, pelo menos olhar para ela, absorver a sua imponência, mas acreditem em mim, que já o imaginava e pude comprovar, para conhecer a Albufera convém SEM DÚVIDA ter um carro e umas bikes ou vespas para explorar locais de menos fácil acesso, se conhecerem alguém que conheça bem a zona ou arranjarem por lá é uma mais valia. Mas valeu toda a pena do mundo a ida, e a meta será percorrer aquela costa toda da Albufera, aliás a costa mediterrânea espanhola! Não vou morrer, ESPERO 😅, sem alugar um carro e percorrer todos os pontinhos que pretendo!

Depois de fotos e vídeos decidimos regressar à cidade, fiquei com pena de não ter ido no barquinho ver a Albufera mas na altura não considerei que era boa ideia, fica para a próxima.

Chegamos à cidade fomos tomar café gelado, um expresso e um donut no Dunkin’, wow a pensar bem foi a primeira vez na vida que tive num Dunkin’ Donuts fora da América e não comi um donut.🍩

Aproveitamos que estávamos perto e fomos ao Palau de Cervelló. Um edifício neoclássico construído no século XVIII. Faz parte da histórica Plaza de Tetuán, em frente ao convento de Santo Domingo (edifício do século XIII de estilo Gótico Valenciano e Barroco, construído em terrenos cedidos pelo Rei Jaime I. O Palau de Cervelló é de extrema importância para a historia da cidade, quando o Palau del Real foi demolido em 1810, tornou-se a residência oficial dos monarcas aquando de visitas à cidade.

Em 1814, por exemplo, Ferdinand VII foi lá recebido, hoje encontramo-lo enfeitado com arcos triunfais, alegorias e retratos do rei e da rainha e de momentos importantes nele passados. Foi no Palau de Cervelló onde assinou o decreto que dissolveu as Cortes e revogou a Constituição de 1812, e anos depois, em 1840, sua viúva María Cristina abdicou da regência.

Actualmente é nele que encontramos o Arquivo Municipal Histórico de Valência, para onde os achados que estavam na parte superior da Câmara Municipal da cidade de Turia foram transferidos. Nele podemos consultar secções tão importantes quanto as "Feiras e Festivais", "Rio Turia", "Serrano Morales" entre outros.

Apenas a fachada é preservada com sua aparência original, ladeada por duas torres e dois pavimentos com varandas.

Welcome to my crib!
😆

Saímos e as ruas já cheias de mulheres  vestidas de “morado” enchiam cada vez mais as ruas, foi a maior manifestação que alguma vez vi na vida, descemos a Carrer de Colón dos jardins em direcção à Plaça de Bus, porque eu queria ir à Lush e era um trânsito pedonal que raramente se vê, ruas à pinha de gente, mulheres, mulheres e mais mulheres e ainda muitos homens, todos juntos pelos direitos das mulheres, após sair da loja acabamos por ir até ao IVAM a pé, voltamos a passar por várias zonas como o Jardim Botânico que é lá perto, sempre acompanhados nas ruas, por um mar de roxo, mulheres ao poder ✊🏽 já chega de desigualdade!

Entramos no IVAM após as 19h e ficamos até ao fecho praticamente, adorei o museu, acho que o macaco aventureiro já estava demasiado cansado para apreciar o que devia, estava que não podia das pernas e sofri alguma pressão para abandonar o edifício 😅, mas ele é rijo e acompanhou-me até ao fim. Vimos tudo e saímos. E aqui continua a história da luta, eram quase 21:00 e a maré roxa continuava firme e forte pelas ruas: música, tambores, (que eu adoro, fez-me logo pensar no São Gonçalo de Gaia) e gritos de reivindicação, surpreendente para mim, nunca vi tanta força, tanta gente e tanta garra!👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼 Foi a maior manif que alguma vez testemunhei e também ali continuei a apaixonar-me por Valência!

Continuamos caminho um pouco com eles um pouco afastados deles, furamos a multidão e passamos uma das pontes. Fomos ter a outro El Corte Inglés e comprar mais queijos e enchidos fumados: Bellota, salame de Ervas Finas e desta vez o meu favorito Emmental; pão de centeio e bebidas, e siga para o hotel tomar banho e sanduichar 😅 porque muitas vezes as coisas mais simples são as melhores da vida!

Estava uma noite tão agradável, andava eu de vestido, só consigo andar de vestido no verão, sou muito  mas sou ainda mais friorenta, não sou de aguentar frio, venha o quentinho, mas gosto de chuva tho.

Pelo caminho encontramos uma espécie de parque de diversões, mesmo em frente ao centro comercial onde estava o El Corte Inglés, carrinhos de choque e carrosséis para miúdos e graúdos e não resisti às fotos 🙈  já estava na hora do fecho e foi a hora ideal para atravessar a rua e apanhar o autocarro que nos deixou mesmo à porta do hotel para o merecido descanso depois de mais um dia sempre a andar, a health já contava na ordem de 20.000 passos!

E que grata estou, quem me dera poder fazer isso todos os dias! Paguem-me para passear ou que me saia o Euromilhões e eu não pararei! 😅

 

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Explore Valencia

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O amanhecer de dia 7 foi correr a Plaça de Espanya para comprar àgua no Mercadona e explorar o supermercado bio que encontrei pelo caminho. Nele comprei mais Kombucha, com vontade de trazer uma data de outras coisas acabei a comer tâmaras e Chufas/Xufas, sabem que não ligo muito a pequeno-almoço nem sou de grandes fomes matinais. De lá segui para a zona do Botânico, onde acabei por não ir, para ver o Jardín de Las Hespérides, repleto de Alecrim, Laranjeiras, Limoeiros, Buganvílias, Lavandas e outras flores, com uns Cactus, Ranúnculos, umas Peónias e um Loureiro podia ser o jardim da minha casa e eu ficaria in love a cada entardecer!

Ao sair de lá fui dar um cheiro ao jardim Botânico, e pensei volto depois, o que não aconteceu, quer dizer voltar voltei, só não entrei. De seguida passei por uma das paredes que mais me apaixonou, um mural com cores lindas cheio de citrinos, street art em Valência é um jogo sério 👏🏼👏🏼👏🏼

Seguindo em frente, já avistava as Torres de Quart, duas torres semi cilíndricas unidas por um corpo central onde se abre uma porta em forma de arco. Que são logo ali ao fundo no cruzamento entre a calle Quart onde estava e a calle Guillén de Castro. Construídas no estilo Gótico Valenciano tardio de arquitectura militar entre 1441 e 1460, antes ainda parei na esquina para comprar umas laranjas de sangue, que morro de amores por elas desde os meus verões adolescentes em Itália.

Seguimos caminho explorando as ruas, sempre acompanhados por lindos exemplares de street art, lojas vintage e de usados que dão outro charme às ruas. Passamos no Portal de la Valldigna, um arco de 1440 muito giro, que dá entrada ao antigo quarteirão Árabe, gosto destas passagens antigas que ligam um lado ao outro da rua, fazem-me imaginar ligações e relações de vizinhança, conflitos e questões tão antigas que nem sei. Seguimos caminho pelas ruas e ruelas até chegar às Torres de Serranos, duas torres que formam uma porta antiga é uma das doze portas que faziam parte da antiga Muralla Cristiana da cidade. 

Foi construído em estilo Gótico valenciano entre 1392 e 1398. Impressionante como em 6 anos conseguiram construir aquele monumento tendo em conta a sua dimensão e as condições à época, fico maravilhada como as coisas eram antigamente. O nome deve-se provavelmente à sua localização no Nordeste do antigo centro da cidade, tornando-se o ponto de entrada para o camí ral que ligava Valência com a comarca de Els Serrans (ao longo da estrada seguindo para Noroeste em direção às montanhas ao redor de Teruel e, eventualmente, conduzindo a Saragoça), e também como ponto de entrada para a estrada real para Barcelona, ou porque a maioria dos colonos ali perto, na época de Jaime I de Aragão, era da região em torno de Teruel, cujos habitantes eram frequentemente apelidados de Serranos (povo das montanhas) pelos Valencianos. Alternativamente, o portão pode ter este nome devido a uma família importante, os Serranos, que vivia numa rua com o mesmo nome.

Não é certa a origem do nome mas é indubitavelmente um marco importante e um dos monumentos mais bem preservados da antiga muralha da cidade, que foi derrubada em 1865 sob as ordens do governador provincial Cirilio Amorós, apenas as Torres dos Serranos, as Torres de Quart do século XV e alguns outros vestígios arqueológicos e ruínas, que se encontram espalhados por diversos locais, como os da Puerta de los Judíos, ao pé do Metro em Colón, onde nos sentamos a comer no ultimo dia - “à terra onde fores ter faz como vires fazer” - sobreviveram. As Torres de Serranos foram a entrada principal da cidade e originalmente construídas com uma função defensiva. De 1586 até 1887 as torres foram usadas como uma prisão para os nobres. Com a Pont Dels Serrans em frente, uma das 18 pontes que contei, em cima do que são chamados Os Jardins do Turia, onde em tempos correu um rio, mas segundo o que li houve uma inundação e decidiram desviar, contudo em fotos de arquivo que pude analisar no Palau de Cervelló, vi fotos bem antigas onde partes do Rio estavam secas, bem seja como for, o rio foi desviado para outro ponto e o espaço que ocupava foi reabilitado com imensos parques, jardins espaços verdes que Valencianos e Turistas aproveitam para lazer e desporto. Na actualidade é a ponte mais antiga que cruza o “rio” Turia e foi a segunda das pontes históricas a ser restaurada e reconstruída em pedra, mantendo o aspecto e material original.

A ponte Românica, com nove arcos redondos, tem 159,7 metros de comprimento e 11,2 metros de largura. Une a Torres de Serranos por estrada até a região de Los Serranos, daí o seu nome. Por isso acredito que as Torres tenham o nome devido ao mesmo motivo mas, que sei eu? 🤷🏽‍♀️ Desfilamos na ponte para o outro lado e fomos visitar o museu de Belas Artes, um museu gratuito não muito grande e que tinha as obras do meu maior interesse fechadas nas salas a ser restauradas então foi entrar, aproveitar a casa de banho, ver o possível e sair, uma das idas a um museu mais rápidas da vida, só não bateu a ida ao MET mas essa arde-me bem fundo no coração...

Passeamos um pouco pelos Jardins del Real e seu lago ao pé do Museu de Ciências Naturais, com muitos patos e árvores lindas que vi pela cidade e agora descobri que são as árvores de Ceiba (Palo Borracho Chorisia Speciosa), se não for isto, e alguém perceba do assunto mandem DM no Instagram pois fiquei maravilhada! Decidimos atravessar outra das pontes para o lado da cidade velha e queria ir ao Palau de Cervelló, passei na frente dele mas o Google Maps trollou-me e fez-nos andar às voltas para trás e para a frente até que entendi que estava a gozar com a minha cara, mas entre as voltas vi mais street art, mais cenas vintage e foi giro, apesar de já estar super cansada de andar com a mochila com frutos e roupa e a câmera aos ombros mas tudo parece menos mal quando queres muito as coisas.

Resultado ao chegar estava fechado, só abriria horas mais tarde e foi então que decidimos meter pés ao caminho... Chegamos ao centro da cidade antiga, um encanto, onde subi à torre sineira, Torre del Micalet, em plena Plaça de la Reina, uma torre com 207 degraus, formato octagonal com mais de 50 metros de altura é subida em caracol. Odeio escadas em caracol e levo sempre com elas, mas parece-me que é o custo que tenho de pagar para aceder às melhores vistas das cidades.

Construída entre 1381 e 1429 em estilo Gótico Valenciano, originalmente foi uma torre independente, foi ligada à Catedral no final do século XV, quando a nave central foi ampliada.

O seu perímetro é igual à sua altura, sobriamente decorada no exterior pelos binóculos contrafortes das bordas e os finos moldes que marcam os diferentes níveis dos pisos. O primeiro corpo é sólido, deixando apenas a cavidade helicoidal da escada; o segundo corpo tem um recinto abobadado, que é a antiga "Prisão" ou Asilo da Catedral com uma única janela exterior; o terceiro corpo é a "Casa del Campanero", outra sala abobadada semelhante à anterior, embora maior e com duas janelas. O andar superior é a sala do sino aberta por oito janelas, sete delas ocupadas pelos sinos. O oitavo corresponde à escada em espiral, que ali se torna mais estreita.

Não admira que a Health tenha contabilizado perto de 30.000 passos nesse dia e 20 andares, isto até ficar em bateria às 19:30.

Mas voltando às vistas um 360º da cidade, é que vale tão a pena, que nunca mais te lembras daquela caracoleta “sem fim”. Seria muito mais fácil subir e descer se TODOS respeitassem os sinais. Acho que verde é universal para andar assim como vermelho para parar, e não há respeito, então tivemos de parar imenso durante a subida para deixar descer ☹, ao descer tivemos mais sorte não foi preciso parar tanto.

Após a descida dirigimo-nos para o largo onde encontramos a Plaça de da Verge, Plaça de la Mare de Déu, Fuente del Turia e partes do Casco Antiguo, onde ficamos um pouco a tirar fotos e observar a suas belezas.

De lá seguimos para a Horchateria Santa Catalina, das mais antigas e mais conceituadas da cidade, merecia uma Horchata depois de subir, maravilhar as vistas e descer.

E as maravilhas não acabavam ao chegar deparamo-nos com a fachada da loja, a coisa mais fofa e com a imponente fachada da Eglèsia de Santa Caterina.

La entrei na Horchateria, interior antigo, bem mantido, bonito e fresco, paguei €2.95 pela Horchata e saí feliz a matar a sede.

Seguimos até Llotja de la Seda, um edifício civil, integrante do mercado antigo, emblemático do século de Ouro Valenciano construído entre 1482 e 1548 no estilo Gótico Valenciano, já no fim da “era” desse estilo. O edifício é composto de 3 partes, a torre, o tribunal del mar e Sala de Contratacion, fora o jardim de Laranjeiras, sim em Valência sente-se um cheirinho a flor de laranjeira único pois as ruas são floradas pelas Laranjeiras. Tivemos sorte porque haviam muitas laranjas e muitas flores, win-win situation. Declarada em 1996 Património Mundial da Humanidade pela Unesco, a  Llotja de la Seda foi um importante mercado de trocas de azeite e seda na sua fase comercial. Nas suas imediações localiza-se o Mercat Central que aquela hora estava fechado e voltei lá no dia seguinte.

Naquele momento estava com fome e procurei dois restaurantes da minha lista, um de mix japonês e Brasileiro e outro de boa comida e bebida mas em ambos fui muito mal atendida acabando por não conseguir comer em nenhum deles.

A Plaça de l'Ajuntament estava toda tapada numa espécie de obras e outras coisas que penso estavam relacionadas com o Falles.

Demos uma grande caminhada na expectativa de encontrar algo para comer, tarefa não concluída e uma volta gigante para voltar a Xàtiva para apanhar um metro de volta para o Hotel.

Chegamos já de noite, deu para ver a iluminação decorativa ligada e achei diferente e bonita.

Não saiam daí, volto já no próximo post para vos falar do dia 8 de Março, o Dia da Mulher e como o vivenciamos em Valência! 💁🏽

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Valencia - The Arrival

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Chegamos a Valência em dia de Vaga dos transportes públicos, e o que é isto da Vaga, uma autêntica greve com direito a várias horas por dia e durante os dias quase todos em que por lá desfilamos. Mas nada me deteve de reencontrar um grande amor, o mar, o mar Mediterrâneo, chegamos e o primeiro fim de tarde levou-me até ele, pelo caminho desatou a chover e levantou uma ventania terrível. Valência mostrou-se assim, rebelde, faz tanto calor mas quando levanta o vento, ai, segurem-se e agasalhem-se! O pior mesmo foi a nebulosidade...

Valência é a terceira cidade mais populosa de Espanha, a seguir a Madrid e Barcelona, com 791 413 pessoas mas acredito que seja preciso subir o número que esse já remonta a 2018!

Valência já era para ter sido meu destino no ano passado mas à última hora tive de me resolver por Madrid e que bom foi, mas, muito mais fria, este ano não queria repetir a dose do frio por muita saudade que tenha de ir a Paris, Roma, Budapeste e outros mais…

Chegamos fomos do aeroporto para o centro, a zona de Colón onde levas logo com um El Corte Inglés “in your face” ao subir a escada do Metro para a rua. Fomos logo lá, comprar bebidas, 2 Kombuchas para mim, 1 Coca-Cola para ele e 2 cervejas para nós… Esta foi só a primeira das aventuras pelos El Corte Inglés da cidade.

Antes de entrar vi logo à minha esquerda enquanto atravessava a rua, a melhor bebida do mundo! Fiquei logo a salivar por uma, à saída não perdoei: - Una Orxata por favor! Ali paguei €2.20, por uma Orxata feita com Chufas/Xufas bio, (ao pé do Oceanogràfic pela mesma bebida no mesmo quiosque era só €3.95, nada especulado, nada) que também provei, e só tenho pena não poder trazer um saco de batatas mas com Chufas/Xufas comigo para casa... As Orxatas ou Horchatas são óptimas para refrescar, então no verão 💭 só lhes metia menos açúcar, mas vamos lá falar em refrescar mesmo, só com água, certo? Nesse caso temos um problema bicudo, as águas espanholas são muito más de sabor no geral, não admira que tenham uma data de águas com sabores…

Bem mas sem perder o tino, passeamos pelas ruas de Colón pelo mercado, vimos igrejas, a arquitectura em Valência, mesmo nos prédios de habitação dos mais antigos aos mais modernos é belíssima!!! Chegamos à Estação do Norte, uma data de gente, deu para passear, fotografar e ignorar o possível a Praça de Touros e esta tradição Ibérica que me envergonha. 

Entretanto já estava mais que cansada de carregar uma mochila às costas, o peso dá-me cabo dos ombros, acho que preciso treinar mais 😅 o caminho foi escolher o metro para ir fazer o check-in ao hotel.

O hotel ficava numa zona calma, ampla, perto do mar, multi-cultural e bem frequentada. Aproveitamos para descansar um pouco antes de rumar à praia, para ver o mar como já referi, e estava quase a dormir ouvi alto estouro, e juro-vos que pensei que era a guerra, mas nada disso são apenas petardos e bombinhas que crianças e adultos usam para festejar o Falles, uma celebração da cidade que acontece no dia 19 de Março, dia de São José, segundo os Católicos, o dia que celebramos o Dia do Pai. Durante a festa, grandes carros alegóricos com figuras satíricas feitas em pasta de papel ou madeira, super coloridas chamadas Les Falles são queimadas nas ruas e praças da cidade. Em 2016 o Falles foi considerado Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. A mim pareceu-me uma espécie de carnaval  com diferentes atracções e celebrações que se estende por vários dias até a celebração final...

O primeiro dia em Valência, 6 de Março, acabou com um merecido descanso a ver o Porto dar 3 à Roma, (é o que dá viajar com rapazes e eu não ligar à emissão de canais televisivos), enquanto cada um comia uma sandwich feita lá mesmo no quarto de hotel, pão de centeio, bom pro #girlswithgluten 🤦🏽‍♀️, com Chorizo ​​Iberico de Bellota, Salame Alerce Coberto com Ervas Finas sem Glúten da Campofrio e Queijo Cheddar, tudo partido em fatias finas e na hora, comprado no El Corte Inglés, onde ainda encontrei um RedBull de Açaí que bebemos no último dia e foi o melhor Redbull da vida. Ou foi da fome ou de já não estar habituada a isto, aquela, pareceu-me a melhor sandwich do mundo.

Resultado passei a noite cheia de sede e sem água, sim, tanta bebida e esqueci-me da água! 🤦🏽‍♀️

A primeira impressão que tive foi que Valência é uma cidade calma, com muita gente mas o movimento disperso, ordeiro e sem grandes algazarras… Será que foi esse o pensamento que me acompanhou?

Não percam o próximo post, prometo ser breve!

Para verem mais sobre as Orxatas/Horchatas, o Mar Mediterrâneo e outros detalhes, sigam os vídeos destacados nas InstaStories em Valencia no meu Instagram

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The simple act of being

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Desde miúda tive um grande medo. Sei que é a coisa mais certa, e é estranho mas, acordava de noite, de um pesadelo e um sentimento qualquer apertava-me o peito, secava-me a garganta e ficava desperta a falar NÃO mil vezes, a bater na madeira, e como não conseguia dormir, saía do quarto, corria o corredor e subia as escadas para o quarto dos meus pais, a bater os pés, o barulho afastava os males, ou assim eu queria…

Os anos passavam e volta e meia os pesadelos voltavam a atrapalhar as minhas noites. As pessoas diziam que tinha de ter calma, na escola começava a ouvir toda a gente a falar de stress, a minha avó sempre falou no nervoso miúdinho e o meu avô, atento, sempre me disse “Tu não tens paciência nenhuma, rapariga!” e sim, não tenho.

Sempre dormi facilmente mas sempre tive um dormir agitado, não fico quieta, ultimamente tenho contado mais alguns, e o mesmo medo desperta-me pela noite fora. Apesar de dormir com a mesma facilidade, tenho notado o meu sono mais fraco, de menor qualidade, durmo menos, e depois ando em estados de semi narcolepsia ou o tanas! Isto foi extremo mas estar várias vezes ao dia, a abrir a boca, é chato. Ontem estava no supermercado, mais a dormir do que acordada, a bocejar, lentamente levei a mão à boca e olhei para as pessoas da fila ao lado, estavam casais idosos e um senhor fez-me um ar gentil e despreocupado. Deve ser essa serenidade que precisamos! A sociedade pauta-nos os limites, impõe-nos vontades e comparações, o meu medo da morte vem com o desejo de conseguir fazer tudo, ver tudo, conseguir tudo “para ontem”, ao mais alto nível da perfeição e acompanhado nos piores momentos com a ideia de que, quanto mais fazes, menos vês e mais longe parecem as coisas, mas não é verdade! Nós é que ficamos com os olhos turvos das lágrimas, e com a cabeça confusa de tanto input que lá colocamos e que lá nos colocam…
Estão a ler e a identificar-se com o que estou a relatar? Então sigam comigo para descobrirem as melhores formas de tentar acalmar o espírito!

Meditação
A meditação para mim não é o longo om e pernas à chinês, a meditação é o lugar que eu tento encontrar o meu ser silencioso que se abstrai do mundo e dos outros, sinceramente não é fácil mas eu tento estar ali 10 minutos calada e muitas vezes uso aplicações para me guiarem no tema, como a Calm, uma das que se manteve comigo desde o primeiro consciente intento de meditar.

Introspecção
Possivelmente uma parte de associação à meditação mas com um twist é preciso acalmar o cérebro e dividir as coisas por partes, pensar o que está a correr menos bem e o que está maravilhoso, colocar os pontos nos ís e harmonizar o Tico e o Teco.

Gratidão
A gratidão é das melhores consciências que podemos ter na vida. Está muito na moda falar dela, mas é preciso dar-lhe o devido valor e senti-la intrinsecamente, hoje muita gente fala de gratidão superficialmente e é urgente ir ao seu fundo. Conseguir isolar tudo de bom que temos e agradecer por isso, sem obcecar muito sobre o resto que queremos e ainda não temos, ajuda a nossa cabeça a fugir dos sítios para onde não queremos ir.

Auto-conhecimento
Sermos senhoras e senhores de nós mesmos. Conhecer os nossos limites, os nossos medos, as nossas capacidades, os nossos pontos menos fortes, ajuda-nos a ser pessoas melhores. A necessidade de conhecermo-nos a nós próprios serve para identificarmos na nossa mente medos, preconceitos, pensamentos e minhoquices que travam a nossa inteligência emocional.
Através dele, conseguimos recursos para criar pensamentos de superação, desenvolver as nossas capacidades e cultivar as nossas virtudes adormecidas.
O auto-conhecimento é fundamental para calmamente, seleccionarmos e tomarmos as melhores decisões sobre o rumo da nossa vida de forma clara, capaz e consciente.

Respiração
Por ter falado em respirar, lembrei-me o quão importante é saber respirar, eu sou a pior trapalhona na respiração. Eu não sei respirar, se há necessidade de um profissional que me auxilie em algo como um PT, um Coach, psicólogo, etc., era quem me ensina-se a respirar. Isto vindo de alguém com aulas de teatro no currículo parece muito mal dizer, mas muito além das aulas de respiração existe a necessidade de respirar naturalmente sem esses truques de cinema, com os truques da vida.

Motivação
A motivação comanda a vida: os nossos actos, os nossos desejos e necessidades. O processo de querer e conseguir é um óptimo aliado contra a confusão que vai na cabeça. A conquista faz-nos rejubilar.

Aprender a relaxar
Todos temos coisas na vida que nos relaxam. Ver o nascer ou pôr do sol, ouvir música, ver um filme, passear o cão na floresta, enfim, uma data de coisas. Quando estamos mais agitados, normalmente tendemos a nos isolar e dizer mal da nossa vida, evitando as soluções mais simples e disponíveis, porque a mente bloqueia e toda aquela complexidade faz com que não vejamos o simples. Por exemplo, se um banho quente com sais e óleos naturais, com umas flores a boiar na banheira. talvez até o patinho a fazer companhia, vos relaxa, quando estiverem numa tripe mental enfiem-se na banheira e façam o Spotify tocar a Sade, a Tina ou o Drake… Seja quem for que vocês gostem de ouvir. Seja que actividade for que vos relaxe, não se coíbam: façam o quanto antes e não deixem nada negativo tomar conta da vossa situação, a não ser vocês e a vossa pro-actividade positiva!No mundo actual, vivemos rodeados de tecnologias, se a sociedade por si já berrava, agora é como se estivéssemos dentro de mil Coachellas com os palcos todos aos berros ao mesmo tempo. É na TV, no computador, na rádio no telemóvel...a Internet é um mundo de oportunidades mas também, acaba por ter a sua quota parte na nossa ansiosa actividade frenética.

Temos sempre um meio de comparação, uma vida que parece mais perfeita que a nossa e uma necessidade de superar aquilo que vemos. RESPIRAR. Não temos de estar incessantemente a matutar naquilo, as aparências, são diferentes da realidade. Há que traçar os nossos objectivos e lutar por eles, passo a passo. Uma das minhas intenções para Março foi deitar o telemóvel a dormir longe de mim, e assim tem sido. Não sei se me vai ajudar mas acredito que sim e mal não faz! Em Abril vou tentar desligar-me dele às 22h, tentar ler livros, e cenas interessantes. Posso ver um filme ou o episódio de uma série, espero em Maio já ter lido um livro inteiro! Sou terrível para ler livros do começo ao fim. Por isso o “A Culpa é das Estrelas” continua um dos meus livros de referência pessoal, no sentido em que li aquilo com o maior entusiasmo, pelo ecrã do meu iPhone 5 na altura, não é fácil ler num ecrã tão pequeno, e li do início ao fim com muita vontade.

Permitam-se ser, desfrutar do que gostam sem pensar no que vão passar aos outros, ser sem amarras e formatação. Arranquem o vosso maior sorriso, agradeçam à vida pela beleza que ela é, e respirem fundo de peito aberto ao que por aí vem! Será maravilhoso de certeza!👌🏼

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Jardines de Sabatini

Madrid

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Madrid ficou mais perto. Aproximavam-se 16 anos desde a primeira vez que fui a Madrid, achei que já estava na hora de, nesta fase mais adulta - seja lá o que isto quer dizer, explorar melhor os seus encantos!

Precisava de um destino de última hora para festejar o meu aniversário. Às vezes certos planos vão por água abaixo, por uma ou outra razão, e Madrid encaixou na perfeição: vem comigo descobrir toda a experiência!

Como planear?

Toda a viagem precisa de planeamento: primeiro perceber qual o destino a escolher e depois é preciso traçar um plano, desde perceber o que fazer, onde comer, o que visitar, onde ficar, como nos deslocar do ponto A para o B, orçamentar... entre outras coisas importantes no caso de viajar.

Como tive de mudar de planos planeei a minha viagem com duas semanas de antecedência. Sim, isso elevou um pouco o custo da viagem e do alojamento, por isso o melhor mesmo é reservar viagem com a devida antecedência. Normalmente reservo com dois a três meses de distância, mas há sempre excepções e esta foi uma delas.

Onde reservar?

Eu gosto sempre de gastar o menos possível com avião, principalmente em viagens rápidas em que, o que mais me importa é um voo seguro e chegar ao destino, onde o conforto não é tão crucial assim. Ao contrário de viagens grandes, onde o conforto, uma melhor comida, etc., vêm à minha mente a piscar dentro de um balão às cores, cheio de picos: pow! 💥

Então, nestes casos, acabo por reservar sempre em empresas low cost. Claro que, com maior antecedência, teria conseguido um preço mais pequenino mas ainda assim foi muito dentro do aceitável, boa relação serviço-custo. Existem muitas vezes momentos promocionais, sugiro estarem atentos, que valem muito a pena, como, por curiosidade, neste momento têm viagens para Madrid para dia 08 de Março a €19,58, a ida, (info consultada dia 07 de Março).

Onde ficar?

Madrid é uma cidade enorme, se forem como eu vão querer estar lá e explorar cada sítio de fio a pavio, então preparem-se para andar e ficar cansados, por isso e preciso precaver bem o sítio para dar descanso ao corpinho. O possível, visto que, no meu caso, durmo sempre menos do que devia nas estadias em viagem.

Têm muito por onde escolher, mas há três sítios que me deixaram encantada!

Dear Hotel, um hotel moderno, minimalista com um design muito clean, e que vos oferece um terraço com uma piscina linda e  uma vista de cortar a respiração,bem no centro da cidade com a Gran Via e Plaza de España para contemplar! É super charmoso e de verão deve ser um dos melhores sítios para ficar!

Urban, super trendy, design vanguardista, intimista, actual com grande impacto a nível visual: um jogo de luz incrível e repleto de vidros - adoro! - muito central, num quarteirão muito movimentado à noite, multicultural onde vemos muitas pessoas,  diferentes pessoas.

Room007, um hostel que me deixou impressionada! Super fresh, excelente decoração, orientado para jovens, com uma grande variedade de serviços! Se gostarem de hostéis, este é sem dúvida uma óptima aposta!

Mobilidade em Madrid

Saí do Porto em direcção a Madrid na madrugada de 2 de Março, chegamos pela fresca (e que fresquinho estava!), antes da hora prevista: o voo foi um tirinho e ali estávamos nós a levantar a bagagem - uma seca das novas políticas da Ryanair!

Em seguida fomos directos ao balcão de mobilidade turística do Aeroporto. Mas antes disso tudo, isto só aconteceu porque em casa andei a ver as ofertas que eles têm, e algumas pareceram-me mais atrativas que outras, destaco duas: eles têm um cartão multipessoal em que se podem carregar viagens dentro do que se quer, e à parte disso existe uma taxa do aeroporto-cidade-aeroporto que precisa ser paga, €3,00 que tem de ser pago e usado, no dia em que se faz a deslocação para a cidade e no dia que se volta ao aeroporto.

Uma outra modalidade é o cartão turístico, que é comprado por dias, dá para andar nos transportes públicos dentro da cidade e não se paga a taxa extra do aeroporto. Para estes dias e para visitar o que eu quis foi o ideal! Tem um custo de €18,40 por três dias, por pessoa.

O Metro de Madrid têm um vasto número de linhas e estações e serve muito bem a cidade, as viagens são rápidas e os intervalos entre comboios são geralmente curtos, como em todo o lado à semana há mais comboios, mas a afluência de pessoas não difere muito entre semana e fim-de-semana. O metro funciona até à 1:40am todos os dias e têm horários especiais de manhã, de tarde e de noite, para as pessoas transportarem, bicicletas e levarem os cães a passear, um cão por pessoa: fofos! E os meninos das entregas do deliveroo e uber eats com mochilonas e de bike e a pé no metro achei super fino! Só é pena ocuparem o espaço de três pessoas, haha! 😅 

O Metro de Madrid é um sítio de artistas, juro(!), vi mais músicos no Metro de Madrid do que nos de Paris ou Nova Iorque, coisa que jamais imaginava!

Uma coisa que trago de Madrid bem marcada na memória sensorial, é o cheiro! Sou uma pessoa muito olfactiva, quem me conhece bem sabe disto perfeitamente, e o cheiro do Aeroporto, o cheiro no Metro e nas ruas em Madrid logo de manhã e depois de serem limpos é de um doce caramelo e baunilha que me fazia respirar bem fundo!

Apesar disto, Madrid, tem de certo muita poluição! Não levei a minha Clarisonic, e após lavar a cara no banho, e voltar a lavar a cara no lavatório com o meu sabão próprio, ao passar o tónico ainda recebi chapadas na cara vindas do acastanhado no algodão - nasty.

O que usar?

Uma pessoa quer sempre fazer a fyna, mas getting real, CONFORTÁVEL é a palavra chave! Eu chica esperta, abusei das botas - que nem são desconfortáveis, mas para caminhar, praticamente non stop, foram madrastas e os meus pés sentiram-se muito, aliás aí na foto ao lado do Fernando Pessoa por Almada Negreiros, conseguem ver a minha pose de “descanso” e a minha cara cansada... Oops! Em viagens ou dias de explorar é sempre roupa e calçado confortável, malas/mochilas práticas e bolsos onde guardar um monte de coisas.

⋆Onde comer?⋆

Toda a gente come e bebe né, mas como eu sei que há por aí muitos foodies como eu, que além de comer e beber, querem comer e beber bem e de preferência saudável, aqui estão as minhas hot tips, como diria o outro “Thank me Later”.

Da cozinha espanhola, faz parte a dieta mediterrânica, não é uma cozinha tão reconhecida como a Francesa ou a Italiana mas é uma cozinha diversa, com pratos ímpares e muito peculiares como a Paella por exemplo, e toda a gente sabe que os espanhóis são doidos por tapas y pinchos, e mais haveria para falar da gastronomia de nuestros hermanos.

Mas não fui a Espanha em busca da tradição, fui a Espanha com ganas de saber o que por lá propõem em termos de alimentação saudável, sustentável e consciente.

Porque a tradição já a conheço!

honest greens (Paseo de la Castellana 89)

Com o lema eat good, feel good, do good, este belíssimo restaurante com decoração madeirada, tons terra e muitos pontos verdes tem por princípio tornar mais acessível a vida saudável!

Entramos e temos a cozinha à nossa frente! Vemos os trabalhadores num open space a preparar a comida, arcas frigoríficas de vidro com uma diversidade enorme de alimentos frescos, frutas, verduras e super alimentos tudo ao alcance dos nossos olhos. Um cardápio com  várias opções vegan, sem glúten, paleo e plant based, todas com um aspecto divinal e o que nós comemos, era sem dúvida delicioso! Sinceramente, o melhor local onde eu comi fora de casa em muitos anos.

honest greens destaca-se pela comida real, que dá preferência aos alimentos da estação, frescos, não processados, sem aditivos, conservantes ou açúcares adicionados. Prezam os alimentos locais e a produção dos mesmos de forma consciente, apoiam os pequenos agricultores, produtores locais e artesãos que usam métodos sustentáveis.

Comecei por vos falar deste porque é a minha melhor dica, o meu jantar de aniversário foi lá e realmente conquistaram-me!

Vega (Luna, 9)  

Um restaurante com pinta rústico chic, cheio de azulejos coloridos e madeiras antigas com uma oferta vegetariana e vegana bem interessante, sugiro este para um almoço.

Inclan Brutal (Calle Álvarez de Gato, 4)

Como não quero deixar ninguém mal, um bom sítio para comer tapas e ter opções saudáveis é o Inclan Brutal, decoração de muito bom gosto, actual, com iluminação bem ao meu gosto e o empratamento é super apelativo!

Green Bump (Calle Velázquez, 11)

Mais uma boa aposta com comida saudável, bonita, fresca com opções vegetarianas, plant based e sem glúten.

Um espaço non-stop, de comida com espírito e valores. Oferecem um maravilhoso brunch e menús especiais para grupos!

Rayén Vegan (Calle Lope de Vega, 7)

Se forem veganos este é dedicado a vocês! Super colorido, cheio de alimentos que alegram o nosso campo de visão, um cheirinho a fresco com ofertas de pequeno almoço e brunch muito tentadoras!

Artesanal, vegano e orgánico para os mais conscientes!Federal (Pl. de las Comendadoras 9)

Um espaço super clean, muito bem decorado e tão bonito que me fez esperar muito mais do que me deu, a minha experiência não foi a melhor aqui, achei a qualidade custo-produto muito díspar, bebi um smoothie de banana que tinha por nome Vegan Magic Monkey, com um nome destes tinha tudo para ser boníssimo, a olhar os ingredientes tinha o que eu precisava para encarar um dia cheio de kilómetros, lia-se banana, tâmaras, leite de amêndoa, chia e canela e um redondo 5, na frente a indicar o preço faziam referência na tabela dos alergénicos aos frutos secos e nozes que para mim estava completamente liberado, e eu pedi com toda a confiança, aliás não era nada mais nada menos do que um smoothie como os que faço em casa, mas ao primeiro sip torci o nariz, completamente sem sabor, nem distinguia alimentos, nem isolava apenas um. Sinceramente foi uma desilusão era como beber água. Posso ter tido uma má experiência, e a olhar pelo número de clientes, acredito que tenham boas ofertas mas ali alguma coisa correu mal, e para não dizer outra coisa esqueceram-se da chia e possivelmente das tâmaras… Provei o cappuccino e só me sabia a um café fraco com leite, eu sou muito exigente no que toca a cappuccinos e sim, nao estava em Itália mas não é só fazer uma espuma e chamar cappuccino a um café deslavado em leite. Esta é a minha honesta review de dois dos vários produtos. Tenho pena, um espaço tão bonito uma carta diversa, esperava mais...

Outros sítios que recomendo a experiência são La Encomienda, La Hummuseria, El Azul, Martina Cocina e os espaços das cadeias Sanissimo, Bacoa oferece grandes hambúrgueres artesanais, com opção vegana que ficamos satisfeitos a meio dos mesmos e Sushita com um vasto número de localizações, são espaços super cool, decoração exímia com ofertas vegetarianas impecável para os amantes de sushi.

Para os sweet tooth, Celicioso é uma pastelaria sem glúten, com diversas ofertas veganas e sem açúcares adicionados mas muito deliciosas como o nome sugere. Também está disponível em várias localizações é só procurarem a mais próxima quando vos der a gula!

Para amantes de gelados destaco três spots: Mistura, um gelado estilo italiano, artesanal super cremoso com uma vasta disponibilidade de sabores, possivelmente o melhor de Madrid, Rocambolesc uma aposta de Jordi Roca, um aficionado de gelados e um dos chefes de cozinha mais importantes de Espanha. Rocambolesc nasceu da vontade de Jordi Roca recuperar o carrinho de sobremesas tradicional de El Celler de Can Roca que havia desaparecido da sala do restaurante, justamente quando ele assumiu a parte doce do menu. No meio de tantas apostas, diferentes gelados e diferentes sabores à minha vista destacam-se os invulgares Polos, os pirulitos ou gelados de pauzinho ou seja la como são conhecidos, visualmente, são completamente fora do comum! Adorei esta aposta! Por fim o Lolo - polos artesanos, para dias de calor sabe bem refrescar com um pirulito destes, gelados de fruta fresca, saudável sem aromas artificiais, corantes nem conservantes: artesanalmente deliciosos!

O que visitar?

Há um sem número de coisas a fazer em Madrid, eu fui visitar e fui fazer aquilo que ia mais de encontro com os meus ideais, contudo garanto que qualquer pessoa pode e deve visitar estes sítios e fazer estas coisas ;)Quando cheguei fui directa ao CSIC (Serrano, 17) a fachada do mesmo serviu para filmar a série La Casa de Papel, como se fosse a fachada da Fábrica Nacional de Moneda y Timbre que na série tomam de assalto, eu como fã da série e estando lá ao lado não poderia deixar de ir ao local tirar umas fotos!Comecei a explorar Madrid pelo magnífico edifício Metropolis, entre a Calle de Alcalá e a Gran Vía, um edifício da autoria de Jules e Raymond Février inaugurado em 1911 mandado construir pela seguradora La Unión y El Fénix, mais tarde adquirido pela seguradora Metropolis, actualmente continua a ser a sede da Metropolis que na altura de aquisição decidiu modificar a estátua do topo da cúpula, um edifício que não fica indiferente a ninguém em pleno coração do círculo de belas artes de Madrid.Foi-me sugerido subir ao rooftop do edifício Azotea del Círculo (Calle Alcalá, 42) e sinceramente foram 4 euros mal gastos. Passo a explicar, estava a chover não tem nada pra fazer lá em cima com chuva, é um terraço com bar e deve ser muito giro no verão: em sunsets, para festas, tomar umas bebidas com amigos, então se o intuito for tirar fotos, a menos que tenham um tripé e disparador, ou uns braços tipo LeBron, vão ter de fazer malabarismos como eu que subi a um banco à socapa para poder tirar uma melhor foto. Isto porque o terraço tem proteções em aço, ou seja lá o que for, que tiram bem à vontade mais de meio metro de acesso ao muro do edifício e à altura a que o terraço está, o ponto de visibilidade não é o melhor para o edifício Metropolis, que era o que eu queria fotografar, mas fiz o melhor que pude.

Dalí seguimos a pé para a Puerta de Alcalá, pelo caminho encontramos a Plaza de Cibeles com a monumental Fuente de la Diosa Cibeles e o Palacio de Comunicaciones ou Palacio de Cibeles  que actualmente serve de câmara municipal de Madrid, dali temos vistas panorâmicas para a cidade e pode ser visitado mediante pagamento mas está coberto de toldos por causa de obras e o acesso estava intredito. O palácio foi inaugurado em 1919 e ocupa aproximadamente 30 000 metros quadrados de que foram os antigos jardins del Buen Retiro. Na altura a escolha do local gerou polémica porque as pessoas defenderam que não era bom privar Madrid de um lugar de lazer. Depois da sua abertura começou a funcionar como edifício de distribuição de correios, telégrafo e telefones. Aconselho verem a série do Netflix: Las Chicas del Cable, tem a ver com o início das comunicações telefónicas em Espanha. Chegamos à Puerta de Alcalá, um dos ex libris de Madrid debaixo de chuva, paramos para contemplar e tirar umas fotos. De lá entramos para o Parque de El Retiro, seguimos para o Estanque Grande del Retiro com o Monumento a Alfonso XII (último rei de Espanha entre 1874 e 1885 antes da proclamação da segunda república)  por trás, e que sitio magnifico é! Andamos a passear pelo parque, passamos pela Fuente de la Alcachofa vimos lugares como o Palacio de Velasquéz, o Palacio de Cristal de 1887, lindíssimo, com inspiraçao no de Londres é actualmente usado pelo Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, para mostras de arte. Da sua fachada principal vemos um esplendoroso lago, com uma fonte tipo geiser, onde podemos descer até aos patos. Encantador!Descemos até La Rosaleda e vimos a Fuente del Ángel Caído, saímos do parque e subimos para o Museo Del Prado (Paseo del Prado) onde fechamos a tarde numa fila à espera de entrar, de frente pro belíssimo Hotel Ritz.

Desta visita tenho a dizer que foi MAGISTRAL,  a emoção foi enorme, vi duas das minhas obras de arte favoritas, utópico O Jardim das Delícias Terrenas, um tríptico pintado a óleo em casca de carvalho que Hieronymus Bosch pintou aproximadamente entre 149-1510 e que descreve a história do mundo a partir da criação, apresentando o paraíso, os prazeres da carne e o inferno, luxúria, efemeridade e prazer representados em detalhe através de cores vibrantes e seres em mutação, se pudesse tinha com toda a certeza trazido comigo para casa. Quando fechado, no tríptico vemos uma do Génesis "Ele mesmo ordenou e tudo foi criado". Vê-lo acelerou o meu coração depois vi o Grandioso,  As Meninas de Velasquéz (1656) que mostra um grande aposento no Real Alcázar de Madrid durante o reinado do rei Filipe IV da Espanha, Filipe III de Portugal e Algarves que reinou em Espanha de 1621 a 1665 e em Portugal até a restauração da república em 1640, foi ainda rei de Nápoles, da Sicília, rei titular de Jerusalém, rei da Sardenha, rei dos Países Baixos, foi Duque de Milão, Conde da Borgonha, Conde de Charolais e Conde de Artois. Na pintura vemos várias figuras da corte espanhola. Algumas olham para fora do quadro em direção ao observador, enquanto outras interagem entre si. A jovem infanta Margarida Teresa está cercada por um séquito de damas de companhia, chaperone, um homem desconhecido, dois anões e um cão. À esquerda do observador atrás deles está o próprio Velázquez, que se representa a pintar uma grande tela. O artista olha para longe, além do espaço pictórico onde o observador da pintura se situa. Ao fundo está um espelho que reflete o rei Filipe e a rainha Maria Ana, que parecem estar colocados fora do espaço da pintura numa posição similar à do observador, alguns historiadores  especulam que as imagens são o reflexo da pintura que Velázquez estava a pintar. Depois de tanto a estudar estar na frente daquela enorme obra, trouxe-me uma emoção tão enorme que as lágrimas escorriam-me dos olhos. As pessoas olharam para mim como se eu tivesse algum problema, yep, sou de emoções. Já somava duas das mais fortes, enfim não vou falar de mais obras porque são imensas mas na próxima tiro um dia para cada museu. De Segunda a sábado podem visitar a coleção do museu gratuitamente entre as 18:00 e as 20:00 e aos Domingos e feriados entre as 17:00 e as 19:00.

Saí de lá com o aviso dos trabalhadores a dizer que iria fechar portas. A entrada geral é €15

Já estava de noite e a hora era digna de um jantar, entao seguimos caminho a pé, passamos a neoclassica Fuente de Neptuno na rotunda do Museo Nacional Thyssen-Bornemisza. Caminhamos até perto da Puerta del Sol, onde jantamos na Hamburgueria Bacoa. Pelo caminho vimos imensos espaços, bares, restaurantes, casas de petiscos, um montao de presuntos e a agitada noite de Madrid a começar, naquela noite de sexta-feira, a dar os primeiros passos, ainda era bem cedo para os espanhóis, tivemos sorte porque o restaurante estava com pouca gente mas logo encheu até às costuras. No fim do jantar apanhamos ali, na Puerta del Sol o metro de regresso ao Hotel e assim fechamos o primeiro dia por Madrid. Achei sensacional a campanha de adoção de cães dentro da estação vários voluntários acompanhados de um cão cada um a dar a conhecê-los aos possíveis interessados! AMEI fiz tantas festas a um Galgo preto com o olhar mais triste, pensei tanto quem me dera poder levar-te para casa! Lamento tanto os estúpidos que cortam caudas e orelhas aos cães, vi um pitbull sem orelhas aquilo doeu-me tanto! Enfim espero que todos encontrem um lar, uma família e muita felicidade.

Chegou então o dia do meu aniversário, dia 3 de Março e foi o dia mais cheio, mais bem aproveitado, tal e qual como eu gosto: cansativo mas BRUTAL! Cheio de recordações.

Comecei por voltar à Puerta del Sol, uma espanhola deu-me um ramo de alecrim, dizendo que dava muita sorte…Nessa manhã de sábado em que o vento me gozou na cara, revirou o cabelo incansavelmente até ficar a parecer uma vassoura invertida, nada Glam para uma aniversáriante, fui ver a estátua - El Oso y el Madroño, o kilómetro zero em frente à Real Casa de Coreos, já lá tinha estado mas é um sítio mítico e dali segui para a renascentista Plaza Mayor tanto da Puerta del Sol como na Plaza Mayor vemos imensos animadores de rua, mascarados a oferecer fotos a quem passa em troca de alguma ajuda monetária, alguns têm muita graça. A Plaza Mayor é lindíssima de tons vermelhos ocre e amarelos torrado que beleza, também, às vezes, conhecidas por plaza de armas, as designadas Plaza Mayor são normalmente as praças mais importantes de cidades espanholas ou hispano-americanas. A partir dela seguimos  as ruas até chegar ao restaurante mais antigo do mundo o charmoso Sobrino de Botin (Calle Cuchilleros, 17), tão bonito, com pequenas maquetes de cozinhas antigas, interiores de salas, carnes e alimentos em ponto mini, a coisa mais encantadora! Pelo caminho paramos para tomar um cappuccino e um batido no federal café, apesar do espaço ser bonito é muito dispendioso e os produtos deixaram muito a desejar. Logo encontramos o Mercado San Miguel, um edifício do tempo da arquitectura do ferro e do vidro, adorável! No seu interior encontramos bares,casas de repasto, taquerias, petiscos bancas de fruta, legumes, queijos, vinhos, etc.Km0 Plaza Mayor Recuerdos Plaza MayorSobrino de Botin Mercado San Miguel

Continuamos pela rua, uma pedonal cheia de lojas como a rua augusta ou a Santa Catarina lá da zona até encontrar numa ruelita a Librería San Ginés (Calle Pasadizo de San Ginés, 2) uma das mais antigas livrarias de Espanha, cheia de história! Vende livros antigos e em segunda mão, postais, discos, desenhos e outras coisas, expostos em mesas enfiladas na rua, a loja é um cantinho bem pequenino mas admirável. Librería San GinésA seguir foi hora de voltar à Gran Vía, onde estava uma enorme manifestação, fugimos a ela e seguimos até à Plaza de Las Lunas (Plaza Santa Maria Soledad Torres Acosta), uma praça na qual nos tempos Kcymaerxthaere, foi aberto um portal de entrada para a Umbrasphaere - a conexão entre todas as sombras e a escuridão do planeta. A parte mais escura de uma sombra está sempre relacionada à parte mais escura da próxima. Também é uma lembrança maravilhosa da forma como o Nobunaga-Ventreven foi um conector de partes diferentes de Kcymaerxthaere, o seu compromisso com a riqueza do mundo era, de certo modo, incomparável.

Podem ler mais na imagem. Eu quando soube deste portal quis muito ir lá visitar, estas coisas intrigam-me.Plaza de Las LunasSeguimos por ruelas onde vimos imensas casas de design, de objectos trendy-cool, lindos de morrer! Queria trazer tudo comigo. Bares e recantos super atractivos, vi pela primeira vez na vida ao vivo um Xolo um cão mexicano aqueles sem pelo, OMG! Fartei-me de fazer festas nele! ADORO. Chegamos ao Anden 0 às 14:37 e por 7 minutos não permitiram a nossa entrada, os espanhóis estão com uma pontualidade mais que germânica, fiquei um bocado aborrecida porque andei bué até lá chegar e por tão pouco não entrei..Xolo - MexicoDepois foi tempo de apressar o passo apanhar o metro e quando cheguei ao Faro de Moncloa - só o sítio que eu mais queria visitar - estava fechado devido às condições climatéricas. Damn, vou ter de voltar lá no verão.Plaza de Las LunasVimos o Arco de la Victoria (Av. de la Memoria, 32) um arco ao estilo romano erguido na década de 1950 para celebrar os triunfos franquistas na Guerra Civil Espanhola.E acabamos por voltar para o centro, fomos à Plaza de España curtir a vista, a bela fonte e o Monumento a Cervantes, seguimos pela rua fora até ao Templo de Debod (Calle Ferraz, 1) um templo egípcio antigo reconstruido num parque com grandes vistas do pôr-do-sol.

Temple de DebodSubimos para os Jardines de Sabatini de onde já se avista o fabuloso Palacio Real de Madrid, uma vista linda que aproveitei antes de continuar a caminhada do lado esquerdo mais a frente apresenta-se a Plaza de Oriente que estava meio inundada e ali o Teatro Real ou Ópera que completa 200 anos, assim como o Museo del Prado. Por fim, chegamos mesmo a Plaza de La Armería e aos majestosos portões do palácio. É possível visitar o palácio gratuitamente de segunda a quinta-feira das 16 às 18h de Outubro a Março e das 18 às 20h de Abril a setembro. Aproveitei para entrar na Catedral de Santa María la Real de la Almudena (Calle Bailén 10) de estilo barroco tem um tecto lindíssimo, paredes com vários vitrais e altares cheios de cores e super trabalhados em ouro, o altar Nuestra Senora De La Almudena, é impressionante! Na cúpula conseguimos ter uma vista magnífica perante Madrid. Estas vistas panorâmicas funcionam todas muito melhor de verão ou com céu limpo. Existe ainda uma cripta românica que não visitei. Já estava a aproximar-se o fim da tarde e começou a chover bem, metemos pés ao caminho e acabamos por apanhar um autocarro até à Puerta de Toledo, onde apanhamos o metro para Atocha para ir visitar o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia! Antes de encarar a fila, sempre a chover, fui à Ale Hop comprar uma vela de aniversário porque na altura pensei que iria querer comer bolo após o jantar, mas não aconteceu. Depois da fila, lá entramos no museu fui logo directa ao piso 206 onde está o fabuloso Guernica de Pablo Picasso, (1937) óleo sobre tela, outra das minhas obras favoritas que revi, quase 16 anos depois, passei a minha hora de nascimento completamente embrenhada na obra prima! E tão grata sou por ter visto novamente, o que ha 16 anos não entendi da mesma forma e possivelmente dqui a 16 devo vê-la com outros olhos, veremos! Na mesma sala vemos as diferentes fases da pintura: desenhos, inclusões e exclusões, o que estudamos em história da arte, ainda mais fantástico: ao vivo. A obra reflete sobre a guerra civil espanhola um tempo de obscurantismo, violência, ditadura perdas e derrotas, Picasso respondeu a ela com este manifesto contra ela (guerra) e violencia hoje Guernica é entendido por muitos como uma arma pela liberdade do homem e a sua enorme força visual atrai até mesmo os leigos na matéria. Controverso e sempre actual! Não permitem fotos mas eu e a minha rebeldia tentamos algo artístico. Continuo a dizer, é preciso um dia para cada museu. O Reina Sofia tem um maravilhoso terraço, vários andares e diversas obras fabulosas que não pude aproveitar com o devido tempo, assim como o Prado! Mas não podia falhar a exposição dedicada a Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Amadeo de Souza-Cardoso, Santa-Rita Pintor, exemplares d’ A Águia, Orpheu, entre outros exemplares e precursores do Modernismo em Portugal. Também visitei obras  desde primordiais a contemporâneas, experimentais em diferentes formatos, estruturas e materiais, de Dalí a Duchamp: enfim, um pouco de tudo - you name it!Atocha Museo Nacional Centro de Arte Reina SofiaFiquei novamente até ser mandada embora! E de lá seguimos para o meu jantar de aniversário YEAH!

O restaurante que elegi e que desejei muito conhecer: honest greens, é mesmo em frente ao Estádio Santiago Bernabéu e sem saber, chegamos mesmo no fim do jogo do Real Madrid com o Getafe, meninos e meninas: que imensidão de gente…! Mas foi “na boa” chegar ao restaurante, arranjamos uma mesa, fiz o pedido e deliciamo-nos com a comida: super saudável, mesmo a encher-me as medidas! Amei! Só quero ter um restaurante assim, 🤞🏼 fiquei super satisfeita e não deu para pedir bolo, não conseguia comer mais, estava saciada.

Decidimos regressar ao hotel, pois o cansaço apoderou-se de nós. Tomei banho, lavei os dentes e deitei-me - sem soprar velas - mais umas horinhas a descansar pois tinha ficado algo por ver para o dia seguinte, que ia obrigar a acordar cedo.

No Domingo, 4 de Março, acordei com o céu limpo, a visibilidade para a zona empresarial e montanhas era perfeita e vi o manto de neve que cobria o pico das mesmas, muito bonito! E eu nem gosto de neve. 😏 Montanhas Arranjamos tudo, fizemos as malas, check out e seguimos até Chamberí um dos bairros habitacionais mais envolventes de Madrid, lá está situado o Andén 0 em plena Plaza de Chamberí, o Andén 0, em português plataforma 0 é uma antiga estação do metro de Madrid, da primeira linha do metro de 1919, da autoria de Antonio Palacios, com azulejos por base brancos e detalhes verdes, tons terra e dourados, com os painéis de publicidade característicos do modernismo, em azulejo da época de 20. Desabilitada desde 1966, após anos de abandono hoje em dia dá acesso ao público para visitas guiadas ou livres, a entrada é gratuita mas entrou hoje dia 5 de Março em obras de reabilitação e só voltará a abrir no dia 3 de Maio, mas é um local espetacular para quem curtir estas cenas antigas, abandonadas e saber um pouco mais sobre a história dos locais…Andén 0ChambériChambériDe lá voltamos à Gran Vía onde subimos ao nono andar ao Gourmet Experience El Corte Inglés, onde se conseguem as melhores fotos da Gran Vía e do edifício Capitol, descemos e andamos a passear nas lojas de rua.Gran VíaEra tempo de almoço fomos comer que já tínhamos fome e acabamos por voltar a apanhar o metro de regresso ao aeroporto, porque andar cansados com as costas a pedir clemência e de mala e mochila de um lado pro outro não dá. Para a próxima tenho de estudar melhor esta situação e solucionar de outra forma!

Compras!

Quem for a Madrid com o intuito de comprar existem mil e uma coisas, das quais eu destaco as lojas vintage, valem muito a pena e existem imensas e os mercados de rua, onde se fazem verdadeiros achados! Se forem a Madrid e passarem lá um domingo aconselho o El Rastro!

E assim foi a minha estadia por Madrid, penso que 8 dias é o tempo ideal para visitar e viver Madrid com calma.

Com mais tempo teria visitado o Museo Nacional Thyssen-Bornemisza (Paseo del Prado, 8) que também tem horário de admissão gratuita às segundas das 12:00 às 16:00, apenas válida para visitar as exposições permanentes. Neste momento tem uma exposição temporária sobre Sorolla e a Moda, que me chamou muito a atenção, mas não há tempo para tudo e aqui entra o jogo das prioridades, a quem acabo por ter de dar o braço a torcer. A entrada geral é €12.Caixa FórumNa Caixa fórum de Madrid, está uma super exposição dedicada a Andy Warhol, que vale muito a pena! (Paseo del Prado, 36)

Os Madrilenos são muito reactivos e super espontâneos, gosto disso neles! Continuam a não saber um chavo de inglês, mas são uma população muito mais multicultural que nós, que me parece no geral cuidadosa e são super engraçados!

Conclusão a vossa melhor ferramenta antes de qualquer coisa é a vossa cabeça, a vossa mente, o espírito aberto, curiosidade afiada, pesquisar, perguntar, querer saber mais e explorar todos os pormenores. Tenho amigos que vão para os destinos e decidem tudo na hora, improviso também conta, é bom, mas na minha opinião não é bom para fazer regra. Eu também improviso - obviamente, mas gosto muito de ter a cabeça com a informação toda que puder e o mais organizada possível.

A minha ideia era visitar Marrakech mas Madrid também “me mola mucho!” espero que a vocês também!

Se forem para Madrid, espero que esta seja uma boa referência, depois contem-me!

Se estás aqui, obrigada por leres o meu texto e fazeres parte desta experiência!

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Girls Talk!? - The Menstrual Cup

ENGLISH

Desde há muito tempo, lia sobre eles mas muitas eram as dúvidas e receios. Em Janeiro depois de muita pesquisa, idas a lojas e um telefonema decidi comprar o meu copo menstrual e não podia estar mais satisfeita.
Decidi escrever este texto porque nenhuma das minhas amigas o usa, todas têm pelo menos uma dúvida, um receio, ou uma justificação errada que as inibe de o fazer.
Enfim existe muito macaquinho no sótão há volta deste assunto. Quando comecei a ler sobre ele só pensava uma invenção tão antiga como é que continua quase no segredo dos deuses?
Só concluo uma coisa, o atraso acompanha a evolução.
Um pouco de História
Pelas informações do "Museum of Menstruation and Women’s Health", o copo menstrual começou a ser produzido industrialmente na década de 30 (contudo parecem existir registos de copos menstruais rudimentares desde 1867). Leona Chalmers foi a primeira a patentear um copo menstrual e foi concebido nos Estados Unidos com o nome de Tass-ette, após o insucesso nas vendas do copo menstrual de borracha durante os anos 30, deparando-se com a escassez da borracha devido à segunda guerra mundial, Chalmers e a sua equipa criaram uma versão mais suave, feita de borracha vulcanizada. Houve uma venda e divulgação significativa do copo menstrual e seguiu-se um longo silêncio acerca do assunto.
Na década de 50, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial foram fabricados copos menstruais nos Estados Unidos a fabricação foi interrompida por falta de lucros anos depois, em 1963, pela carência de látex, e por não ter sido muito popular, devido à opinião das mulheres que o achavam muito grande, rígido e pesado, além da questão cultural que envolve a manipulação da genitália e das secreções vaginais.
Em 1987, The Keeper, um copo menstrual feito em látex, começou a ser fabricado. Foi o primeiro modelo fabricado em dois tamanhos, um deles voltado para mulheres mais jovens e sem filhos. Acabou por se tornar muito popular por ser reutilizável e duradouro, permitindo grande economia de dinheiro ao longo dos anos. Após o seu antecessor Tassaway, The Keeper recebeu boas críticas dos médicos, que o julgaram extremamente seguro, inócuo e capaz de reduzir a ocorrência de infecções genitais comummente relacionadas ao uso de soluções externas (descartáveis e reutilizáveis) e tampões. The Keeper, de látex, continua à venda até hoje.
Nos últimos anos, os copos menstruais têm sido fabricados em materiais alternativos como o silicone cirúrgico, devido à possibilidade de alergia gerada pelo uso do látex. A sua produção expandiu, várias marcas novas surgiram o que veio permitir mais possibilidades de escolha entre preços, modelos, formatos e cores, o que facilita a nossa vida!

Esta é a dobra que considero facilitar mais a sua inserção

Mas o que raio é um copo menstrual?

Um copo menstrual é uma alternativa sustentável a pensos higiénicos e tampões. Um copo menstrual não é tóxico e é amigo do ambiente. Através do seu uso, reduzimos quase por completo a libertação de lixo no ambiente associada aos períodos menstruais a cada mês.
Hoje em dia a maioria das opções, são fabricadas em silicone cirúrgico. O seu uso é quase como o uso de um tampão, temos de o dobrar - existem várias formas de o fazer - e através da vulva inserir na vagina. Uma vez lá dentro é preciso rodar para que ele se abra e adapte a nossa vagina. Uma vez bem colocado, ele retêm o nosso período. A cada 12 horas no máximo, libertas o período, lavas o copo e voltas a inserir. Fácil!
Eu comecei a usar o meu em Janeiro e apesar de ter sido algo diferente dessa vez correu tudo bem, no segundo mês é que foi mais estranho, mas é como eles dizem são três meses de adaptação. Uma coisa é certa se estiverem stressadas, não vai ajudar em nada. Mesmo depois de virar pro no assunto quando o stress acompanha o processo a vulva seca, o copo parece não entrar cria desconforto, por isso meninas muita calma nesta hora. Respirar é o melhor remédio. Sempre que fico tensa penso para mim: tem calma! Quando relaxas, os teus músculos relaxam e tudo funciona naturalmente. Há sempre a possibilidade de recorrer a um lubrificante natural sem químicos e tóxicos para a inserção ser facilitada, para vos dar uma dica eu gosto de fazer a inserção do meu, sempre que possível após lavar a área, dessa forma já existe uma lubrificação associada à água e facilita o processo, outra coisa que ajuda é fazer um agachamento ou ficar em cócoras.
Após três períodos ficamos completamente habituadas e não existem mais questões, temos certo que a decisão mudou a nossa vida. Os pensos e tampões dificultam a nossa experiência menstrual, comichões, ardores, e fedores associados à semana menstrual são completamente afastados com o uso do copo. Através do uso deste amiguinho consegues perceber muito mais facilmente o teu fluido, a cor, a quantidade etc. Pode parecer nojento mas na realidade é algo muito íntimo, de enorme percepção do vosso corpo, que estão a perder se não o usam.

 

Como é que ainda existe tanta resistência ao uso do Copo Menstrual?

 

Anos de publicidade exaustiva na TV, habituaram-nos à conveniência dos tampões e pensos higiénicos. Mas na realidade de convenientes não têm nada. Além de termos de os comprar continuamente (dinheiro a voar a cada mês), ter de ir várias vezes à casa de banho para os trocar, fazendo com que tenhamos que os levar na mala, os tampões e pensos higiénicos são absurdamente tóxicos para o ambiente!
Isso leva a outra coisa, a maioria das mulheres, e eu, era uma delas (!), apavora-se com o facto de ter de usar o copo menstrual numa casa de banho pública. Quando eu comprei o meu, aliás antes de comprar, o telefonema que fiz para a linha de apoio da Lunette teve duas questões; uma delas foi esta, "o que vou fazer quando tiver de sair de casa?", a sua limpeza e reinserção, confundiam-me muito. Elas aconselharam-me comprar uns toalhetes de limpeza, que existem da marca ou outros, e andar com uma garrafa de água. Eu acabei por solucionar de outra forma e, em Portugal, felizmente, existem casa de banho para pessoas que têm mobilidade condicionada. Eu espero elas ficarem vagas fecho-me lá dentro e estou em paz. Sem stress de estar alguém a ouvir ou ver, etc. De qualquer forma acho extremamente errado e injusto, as mulheres terem de se esconder - principalmente umas das outras - para resolver questões fisiológicas que a todas são inerentes. Sinceramente é um escândalo, os transexuais, serem mais compreensivos do que uma pessoa que nasceu mulher emocional e anatomicamente.

 

É preciso desmistificar a mentruação!

 

Apesar da existência desses W.C. em quase todos os lugares, em certas escolas e empresas pode não existir, então para evitarem de mostrar o copo cheio, sugiro que o esvaziem na sanita, puxem a roupa para o sítio e dirijam-se ao lavatório e lavem o vosso copo, sem problemas, quem estiver incomodado que se mude! Girl Power! A nossa noção de sujo e nojento precisa mudar, pelo menos, precisamos aceitar como natural que é este tempo das nossas vidas. Não devia haver lugar para vergonhas nem constrangimentos!
Obviamente, precisamos ser higiénicos e não precisamos mostrar tudo, mas também não deveria haver necessidade de esconder, criando pavores, complexos etc., ainda antes da primeira menstruação. Lavem bem as vossas mãos antes e depois de usarem o copo menstrual, as nossas mãos estão sempre em contacto com todo o tipo de coisas e isso faz delas um lugar propício a bactérias.
Da próxima vez que falarem com as vossas filhas, mães, avós, amigas não pensem no período como algo nojento, transmitam que esse fluido é motivo de vida, algo natural na vida das mulheres, façam o lugar oposto do que tem sido feito. Lembrem-se que sem isto não existiria vida humana. Reclamar menos por estarem com o período e receberem-no com mais consciência e cuidado por vocês, pelos outros e pelo ambiente, é o início de uma vida mais tranquila, com menos TPM.

 

Devem usar um porque...

 

Acima de tudo, é a escolha mais saudável para o vosso corpo. Os Tampões normalmente são feitos com algodão, o algodão é uma das plantas mais afectadas a nível de químicos e tóxicos durante a sua agricultura e colheita. Pensem bem o que querem inserir no interior da vossa vagina! Fora sei lá eu o quê, que eles fazem na produção de tampões e pensos higiénicos. Aquelas tretas do "sem odor", maior absorvenciam, etc., perfumes, álcool, corantes... Suponho que não vão querer nada disso perto de vocês quando têm uma opção muito mais natural. Certo?
Os copos menstruais são melhores para vocês e melhores para todos, até para o nosso Planeta Terra.
Enquanto estiveram a ler, pensaram na quantidade de resíduo que já fizemos durante a vida? Os dados estão online para quem quiser ver e são ASSUSTADORES.
O copo menstrual dura entre 5 a 10 anos, o investimento inicial é maior do que comprar os pensos e/ ou tampões para um mês mas é muito menos do que ter comprado pensos e tampões por 10 anos.
Eu realmente perguntei à minha mãe, porque ela não me apresentou o copo menstrual no inicio da minha puberdade e ela disse que nem sabia... Mas hoje em dia, sabe-se e continuam muitas mães a cometer o mesmo erro.
Usem o copo! É conveniente, não precisam de se preocupar com a falta de tampões, ou aparecer de repente e não terem outra solução, a não ser sair a correr para o supermercado e comprar... O copo não é uma solução temporária, está sempre convosco e nunca ficam sem ele! Levem-no de férias, usem a dormir e acordados, sem medos! Usam, abusam, lavam, esterilizam e reutilizam. Simples e fácil!

Já usam o copo menstrual? Não usam? O que pensam sobre isto?

/gratidão

 

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Destino: Sudoeste

ENGLISH

Começámos bem cedo pela frescura da manhã a descer o país até ao sudoeste. Auto-estrada até ao Cartaxo, passámos o rio e continuamos pela nacional, gosto das árvores, da vegetação e das vaquinhas...

Eram onze e meia, quando saímos de Sines com compras feitas para enganar a barriga :) as tranças ainda se aguentavam e eu pensava no que ia vestir.

Das coisas que mais gosto quando desço ao sul, são as amplas planícies, as casas caiadas de branco, com pequenos detalhes de cores - maioritariamente azul e belíssimas chaminés, que têm ar que respira entre elas... Lembro-me de, na escola primária, ter estudado as casas típicas de cada região, suas cores e detalhes. Se há coisa que me confunde um bocado são coisas apertadas, umas em cima das outras, ruas estreitas, casas lado a lado, onde a longitude é pouca, gosto de largueza!

Mas sempre feliz em sentir todas as coisas, pois viajar é viver e eu detesto estar parada!

Às 11:51 estávamos a entrar em Porto Côvo uma futura paragem, nada me faz esquecer a belíssima voz do Rui Veloso a cantar na minha cabeça... Os rolos de palha são das coisas mais charmosas do campo
Cheguei à Zambujeira pelas 12:10! Que calor meu amor !
Chegámos cedo demais para o festival, fomos visitar o Cabo Sardão, tenho uma inclinação por cabos sempre que passo num vou visitar e até já planeei viagens centradas na visita de cabos acho lindo! O Cabo Sardão é um sítio muito engraçado, intrigante, tem um campo de futebol com três cadeiras abandonadas, dá uma vibe cinematográfica, muito cool...

Voltamos para o festival!

O dia de festival acabou, dores de garganta, fome, vontade de ir a casa de banho sede e uma poeirada pelo corpo...

Já passavam das 6 da manhã...
Depois de uma paragem obrigatória na casa de banho, decidimos seguir para norte. Acabamos a visitar Mil Fontes, ele por nunca ter ido, eu porque tinha saudades... Com o sono adormecemos no carro!

Acordamos, rumamos a Porto Côvo, a ideia era visitar a Ilha do Pessegueiro mas não me estava a sentir bem e decidi deixar ficar isso para outra oportunidade!
Segui para norte fui visitar a "minha" Costa! Já estava com saudades da Costa da Caparica, viver na Costa trouxe-me coisas tão boas, o contacto com o mar e a natureza, as minhas grandes caminhadas diárias... São coisas que me fazem muita falta...Sinto sempre falta da Costa ♥️

A ideia deste fim‑de‑semana era descer o país até Odeceixe e subir como neste mapa, por vezes temos de mudar de planos e adaptar! O fim‑de‑semana ficou "curto", devido ao cansaço de ambos e a não me sentir bem, mas tirei o máximo dele e a missão foi cumprida, pois o objectivo foi alcançado: ver o Lil Wayne actuar depois de 17 anos de espera – mais de metade da minha vida – e uma estafa de mais de 14h em pé, e um enorme êxtase de o ver ♥️

Nunca desistam dos vossos sonhos, sejam eles quais forem todos podem ser cumpridos! Eu sigo cumprindo os meus, um aqui outro ali! Estrelinhas para a caderneta Memória??

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