The simple act of being

ENGLISH

Desde miúda tive um grande medo. Sei que é a coisa mais certa, e é estranho mas, acordava de noite, de um pesadelo e um sentimento qualquer apertava-me o peito, secava-me a garganta e ficava desperta a falar NÃO mil vezes, a bater na madeira, e como não conseguia dormir, saía do quarto, corria o corredor e subia as escadas para o quarto dos meus pais, a bater os pés, o barulho afastava os males, ou assim eu queria…

Os anos passavam e volta e meia os pesadelos voltavam a atrapalhar as minhas noites. As pessoas diziam que tinha de ter calma, na escola começava a ouvir toda a gente a falar de stress, a minha avó sempre falou no nervoso miúdinho e o meu avô, atento, sempre me disse “Tu não tens paciência nenhuma, rapariga!” e sim, não tenho.

Sempre dormi facilmente mas sempre tive um dormir agitado, não fico quieta, ultimamente tenho contado mais alguns, e o mesmo medo desperta-me pela noite fora. Apesar de dormir com a mesma facilidade, tenho notado o meu sono mais fraco, de menor qualidade, durmo menos, e depois ando em estados de semi narcolepsia ou o tanas! Isto foi extremo mas estar várias vezes ao dia, a abrir a boca, é chato. Ontem estava no supermercado, mais a dormir do que acordada, a bocejar, lentamente levei a mão à boca e olhei para as pessoas da fila ao lado, estavam casais idosos e um senhor fez-me um ar gentil e despreocupado. Deve ser essa serenidade que precisamos! A sociedade pauta-nos os limites, impõe-nos vontades e comparações, o meu medo da morte vem com o desejo de conseguir fazer tudo, ver tudo, conseguir tudo “para ontem”, ao mais alto nível da perfeição e acompanhado nos piores momentos com a ideia de que, quanto mais fazes, menos vês e mais longe parecem as coisas, mas não é verdade! Nós é que ficamos com os olhos turvos das lágrimas, e com a cabeça confusa de tanto input que lá colocamos e que lá nos colocam…
Estão a ler e a identificar-se com o que estou a relatar? Então sigam comigo para descobrirem as melhores formas de tentar acalmar o espírito!

Meditação
A meditação para mim não é o longo om e pernas à chinês, a meditação é o lugar que eu tento encontrar o meu ser silencioso que se abstrai do mundo e dos outros, sinceramente não é fácil mas eu tento estar ali 10 minutos calada e muitas vezes uso aplicações para me guiarem no tema, como a Calm, uma das que se manteve comigo desde o primeiro consciente intento de meditar.

Introspecção
Possivelmente uma parte de associação à meditação mas com um twist é preciso acalmar o cérebro e dividir as coisas por partes, pensar o que está a correr menos bem e o que está maravilhoso, colocar os pontos nos ís e harmonizar o Tico e o Teco.

Gratidão
A gratidão é das melhores consciências que podemos ter na vida. Está muito na moda falar dela, mas é preciso dar-lhe o devido valor e senti-la intrinsecamente, hoje muita gente fala de gratidão superficialmente e é urgente ir ao seu fundo. Conseguir isolar tudo de bom que temos e agradecer por isso, sem obcecar muito sobre o resto que queremos e ainda não temos, ajuda a nossa cabeça a fugir dos sítios para onde não queremos ir.

Auto-conhecimento
Sermos senhoras e senhores de nós mesmos. Conhecer os nossos limites, os nossos medos, as nossas capacidades, os nossos pontos menos fortes, ajuda-nos a ser pessoas melhores. A necessidade de conhecermo-nos a nós próprios serve para identificarmos na nossa mente medos, preconceitos, pensamentos e minhoquices que travam a nossa inteligência emocional.
Através dele, conseguimos recursos para criar pensamentos de superação, desenvolver as nossas capacidades e cultivar as nossas virtudes adormecidas.
O auto-conhecimento é fundamental para calmamente, seleccionarmos e tomarmos as melhores decisões sobre o rumo da nossa vida de forma clara, capaz e consciente.

Respiração
Por ter falado em respirar, lembrei-me o quão importante é saber respirar, eu sou a pior trapalhona na respiração. Eu não sei respirar, se há necessidade de um profissional que me auxilie em algo como um PT, um Coach, psicólogo, etc., era quem me ensina-se a respirar. Isto vindo de alguém com aulas de teatro no currículo parece muito mal dizer, mas muito além das aulas de respiração existe a necessidade de respirar naturalmente sem esses truques de cinema, com os truques da vida.

Motivação
A motivação comanda a vida: os nossos actos, os nossos desejos e necessidades. O processo de querer e conseguir é um óptimo aliado contra a confusão que vai na cabeça. A conquista faz-nos rejubilar.

Aprender a relaxar
Todos temos coisas na vida que nos relaxam. Ver o nascer ou pôr do sol, ouvir música, ver um filme, passear o cão na floresta, enfim, uma data de coisas. Quando estamos mais agitados, normalmente tendemos a nos isolar e dizer mal da nossa vida, evitando as soluções mais simples e disponíveis, porque a mente bloqueia e toda aquela complexidade faz com que não vejamos o simples. Por exemplo, se um banho quente com sais e óleos naturais, com umas flores a boiar na banheira. talvez até o patinho a fazer companhia, vos relaxa, quando estiverem numa tripe mental enfiem-se na banheira e façam o Spotify tocar a Sade, a Tina ou o Drake… Seja quem for que vocês gostem de ouvir. Seja que actividade for que vos relaxe, não se coíbam: façam o quanto antes e não deixem nada negativo tomar conta da vossa situação, a não ser vocês e a vossa pro-actividade positiva!No mundo actual, vivemos rodeados de tecnologias, se a sociedade por si já berrava, agora é como se estivéssemos dentro de mil Coachellas com os palcos todos aos berros ao mesmo tempo. É na TV, no computador, na rádio no telemóvel...a Internet é um mundo de oportunidades mas também, acaba por ter a sua quota parte na nossa ansiosa actividade frenética.

Temos sempre um meio de comparação, uma vida que parece mais perfeita que a nossa e uma necessidade de superar aquilo que vemos. RESPIRAR. Não temos de estar incessantemente a matutar naquilo, as aparências, são diferentes da realidade. Há que traçar os nossos objectivos e lutar por eles, passo a passo. Uma das minhas intenções para Março foi deitar o telemóvel a dormir longe de mim, e assim tem sido. Não sei se me vai ajudar mas acredito que sim e mal não faz! Em Abril vou tentar desligar-me dele às 22h, tentar ler livros, e cenas interessantes. Posso ver um filme ou o episódio de uma série, espero em Maio já ter lido um livro inteiro! Sou terrível para ler livros do começo ao fim. Por isso o “A Culpa é das Estrelas” continua um dos meus livros de referência pessoal, no sentido em que li aquilo com o maior entusiasmo, pelo ecrã do meu iPhone 5 na altura, não é fácil ler num ecrã tão pequeno, e li do início ao fim com muita vontade.

Permitam-se ser, desfrutar do que gostam sem pensar no que vão passar aos outros, ser sem amarras e formatação. Arranquem o vosso maior sorriso, agradeçam à vida pela beleza que ela é, e respirem fundo de peito aberto ao que por aí vem! Será maravilhoso de certeza!👌🏼

*

⊍⊍
All image rights are my own and cannot be used without prior consent. Thank you.


Girls Talk!? - The Menstrual Cup

ENGLISH

Desde há muito tempo, lia sobre eles mas muitas eram as dúvidas e receios. Em Janeiro depois de muita pesquisa, idas a lojas e um telefonema decidi comprar o meu copo menstrual e não podia estar mais satisfeita.
Decidi escrever este texto porque nenhuma das minhas amigas o usa, todas têm pelo menos uma dúvida, um receio, ou uma justificação errada que as inibe de o fazer.
Enfim existe muito macaquinho no sótão há volta deste assunto. Quando comecei a ler sobre ele só pensava uma invenção tão antiga como é que continua quase no segredo dos deuses?
Só concluo uma coisa, o atraso acompanha a evolução.
Um pouco de História
Pelas informações do "Museum of Menstruation and Women’s Health", o copo menstrual começou a ser produzido industrialmente na década de 30 (contudo parecem existir registos de copos menstruais rudimentares desde 1867). Leona Chalmers foi a primeira a patentear um copo menstrual e foi concebido nos Estados Unidos com o nome de Tass-ette, após o insucesso nas vendas do copo menstrual de borracha durante os anos 30, deparando-se com a escassez da borracha devido à segunda guerra mundial, Chalmers e a sua equipa criaram uma versão mais suave, feita de borracha vulcanizada. Houve uma venda e divulgação significativa do copo menstrual e seguiu-se um longo silêncio acerca do assunto.
Na década de 50, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial foram fabricados copos menstruais nos Estados Unidos a fabricação foi interrompida por falta de lucros anos depois, em 1963, pela carência de látex, e por não ter sido muito popular, devido à opinião das mulheres que o achavam muito grande, rígido e pesado, além da questão cultural que envolve a manipulação da genitália e das secreções vaginais.
Em 1987, The Keeper, um copo menstrual feito em látex, começou a ser fabricado. Foi o primeiro modelo fabricado em dois tamanhos, um deles voltado para mulheres mais jovens e sem filhos. Acabou por se tornar muito popular por ser reutilizável e duradouro, permitindo grande economia de dinheiro ao longo dos anos. Após o seu antecessor Tassaway, The Keeper recebeu boas críticas dos médicos, que o julgaram extremamente seguro, inócuo e capaz de reduzir a ocorrência de infecções genitais comummente relacionadas ao uso de soluções externas (descartáveis e reutilizáveis) e tampões. The Keeper, de látex, continua à venda até hoje.
Nos últimos anos, os copos menstruais têm sido fabricados em materiais alternativos como o silicone cirúrgico, devido à possibilidade de alergia gerada pelo uso do látex. A sua produção expandiu, várias marcas novas surgiram o que veio permitir mais possibilidades de escolha entre preços, modelos, formatos e cores, o que facilita a nossa vida!

Esta é a dobra que considero facilitar mais a sua inserção

Mas o que raio é um copo menstrual?

Um copo menstrual é uma alternativa sustentável a pensos higiénicos e tampões. Um copo menstrual não é tóxico e é amigo do ambiente. Através do seu uso, reduzimos quase por completo a libertação de lixo no ambiente associada aos períodos menstruais a cada mês.
Hoje em dia a maioria das opções, são fabricadas em silicone cirúrgico. O seu uso é quase como o uso de um tampão, temos de o dobrar - existem várias formas de o fazer - e através da vulva inserir na vagina. Uma vez lá dentro é preciso rodar para que ele se abra e adapte a nossa vagina. Uma vez bem colocado, ele retêm o nosso período. A cada 12 horas no máximo, libertas o período, lavas o copo e voltas a inserir. Fácil!
Eu comecei a usar o meu em Janeiro e apesar de ter sido algo diferente dessa vez correu tudo bem, no segundo mês é que foi mais estranho, mas é como eles dizem são três meses de adaptação. Uma coisa é certa se estiverem stressadas, não vai ajudar em nada. Mesmo depois de virar pro no assunto quando o stress acompanha o processo a vulva seca, o copo parece não entrar cria desconforto, por isso meninas muita calma nesta hora. Respirar é o melhor remédio. Sempre que fico tensa penso para mim: tem calma! Quando relaxas, os teus músculos relaxam e tudo funciona naturalmente. Há sempre a possibilidade de recorrer a um lubrificante natural sem químicos e tóxicos para a inserção ser facilitada, para vos dar uma dica eu gosto de fazer a inserção do meu, sempre que possível após lavar a área, dessa forma já existe uma lubrificação associada à água e facilita o processo, outra coisa que ajuda é fazer um agachamento ou ficar em cócoras.
Após três períodos ficamos completamente habituadas e não existem mais questões, temos certo que a decisão mudou a nossa vida. Os pensos e tampões dificultam a nossa experiência menstrual, comichões, ardores, e fedores associados à semana menstrual são completamente afastados com o uso do copo. Através do uso deste amiguinho consegues perceber muito mais facilmente o teu fluido, a cor, a quantidade etc. Pode parecer nojento mas na realidade é algo muito íntimo, de enorme percepção do vosso corpo, que estão a perder se não o usam.

 

Como é que ainda existe tanta resistência ao uso do Copo Menstrual?

 

Anos de publicidade exaustiva na TV, habituaram-nos à conveniência dos tampões e pensos higiénicos. Mas na realidade de convenientes não têm nada. Além de termos de os comprar continuamente (dinheiro a voar a cada mês), ter de ir várias vezes à casa de banho para os trocar, fazendo com que tenhamos que os levar na mala, os tampões e pensos higiénicos são absurdamente tóxicos para o ambiente!
Isso leva a outra coisa, a maioria das mulheres, e eu, era uma delas (!), apavora-se com o facto de ter de usar o copo menstrual numa casa de banho pública. Quando eu comprei o meu, aliás antes de comprar, o telefonema que fiz para a linha de apoio da Lunette teve duas questões; uma delas foi esta, "o que vou fazer quando tiver de sair de casa?", a sua limpeza e reinserção, confundiam-me muito. Elas aconselharam-me comprar uns toalhetes de limpeza, que existem da marca ou outros, e andar com uma garrafa de água. Eu acabei por solucionar de outra forma e, em Portugal, felizmente, existem casa de banho para pessoas que têm mobilidade condicionada. Eu espero elas ficarem vagas fecho-me lá dentro e estou em paz. Sem stress de estar alguém a ouvir ou ver, etc. De qualquer forma acho extremamente errado e injusto, as mulheres terem de se esconder - principalmente umas das outras - para resolver questões fisiológicas que a todas são inerentes. Sinceramente é um escândalo, os transexuais, serem mais compreensivos do que uma pessoa que nasceu mulher emocional e anatomicamente.

 

É preciso desmistificar a mentruação!

 

Apesar da existência desses W.C. em quase todos os lugares, em certas escolas e empresas pode não existir, então para evitarem de mostrar o copo cheio, sugiro que o esvaziem na sanita, puxem a roupa para o sítio e dirijam-se ao lavatório e lavem o vosso copo, sem problemas, quem estiver incomodado que se mude! Girl Power! A nossa noção de sujo e nojento precisa mudar, pelo menos, precisamos aceitar como natural que é este tempo das nossas vidas. Não devia haver lugar para vergonhas nem constrangimentos!
Obviamente, precisamos ser higiénicos e não precisamos mostrar tudo, mas também não deveria haver necessidade de esconder, criando pavores, complexos etc., ainda antes da primeira menstruação. Lavem bem as vossas mãos antes e depois de usarem o copo menstrual, as nossas mãos estão sempre em contacto com todo o tipo de coisas e isso faz delas um lugar propício a bactérias.
Da próxima vez que falarem com as vossas filhas, mães, avós, amigas não pensem no período como algo nojento, transmitam que esse fluido é motivo de vida, algo natural na vida das mulheres, façam o lugar oposto do que tem sido feito. Lembrem-se que sem isto não existiria vida humana. Reclamar menos por estarem com o período e receberem-no com mais consciência e cuidado por vocês, pelos outros e pelo ambiente, é o início de uma vida mais tranquila, com menos TPM.

 

Devem usar um porque...

 

Acima de tudo, é a escolha mais saudável para o vosso corpo. Os Tampões normalmente são feitos com algodão, o algodão é uma das plantas mais afectadas a nível de químicos e tóxicos durante a sua agricultura e colheita. Pensem bem o que querem inserir no interior da vossa vagina! Fora sei lá eu o quê, que eles fazem na produção de tampões e pensos higiénicos. Aquelas tretas do "sem odor", maior absorvenciam, etc., perfumes, álcool, corantes... Suponho que não vão querer nada disso perto de vocês quando têm uma opção muito mais natural. Certo?
Os copos menstruais são melhores para vocês e melhores para todos, até para o nosso Planeta Terra.
Enquanto estiveram a ler, pensaram na quantidade de resíduo que já fizemos durante a vida? Os dados estão online para quem quiser ver e são ASSUSTADORES.
O copo menstrual dura entre 5 a 10 anos, o investimento inicial é maior do que comprar os pensos e/ ou tampões para um mês mas é muito menos do que ter comprado pensos e tampões por 10 anos.
Eu realmente perguntei à minha mãe, porque ela não me apresentou o copo menstrual no inicio da minha puberdade e ela disse que nem sabia... Mas hoje em dia, sabe-se e continuam muitas mães a cometer o mesmo erro.
Usem o copo! É conveniente, não precisam de se preocupar com a falta de tampões, ou aparecer de repente e não terem outra solução, a não ser sair a correr para o supermercado e comprar... O copo não é uma solução temporária, está sempre convosco e nunca ficam sem ele! Levem-no de férias, usem a dormir e acordados, sem medos! Usam, abusam, lavam, esterilizam e reutilizam. Simples e fácil!

Já usam o copo menstrual? Não usam? O que pensam sobre isto?

/gratidão

 

⊍⊍
All image rights are my own and cannot be used without prior consent. Thank you.